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Ensaios-->Memorial do Comunismo: Celso Lungaretti às ordens de Lamarca -- 10/07/2007 - 11:42 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Celso Lungaretti e a organização de Lamarca

Os administradores do site www.averdadesufocada.com

Em junho, com a indenização da família de Lamarca, e a concessão da pensão de general de brigada à viúva de Carlos Lamarca , Celso Lungaretti escreveu um artigo – “Rescaldo do “caso Lamarca”, onde diz que a sociedade está perdida em meio a “argumentos jurídicos, políticos e éticos, além de muita propaganda enganosa” e que isso “confunde os cidadãos que querem formar uma opinião com imparcialidade”.

Realmente, está difícil para o povo diferenciar as mentiras da realidade nos chamados “anos de chumbo”. Setores da mídia, comprometidos ideologicamente ou por troca de favores políticos, bombardeiam a opinião dos mais jovens com versões distorcidas.

Em trechos de seu artigo, Celso Lungaretti critica a Lei da Anistia de 1979. Diz “que iguala vítimas e carrascos”. Continua a reforçar a mentira de que a luta armada foi iniciada para resistir à ditadura militar. Sugere que 'os agentes de segurança atingidos pelos resistentes” 'façam jus à reparações do Estado'.

Pede punição para:

- os generais–presidentes,

- os signatários do AI 5, citando, nominalmente, o Coronel Jarbas Passarinho,

- os comandantes das Forças Armadas,

- os agentes que atuaram nos Órgãos de Segurança, citando, também nominalmente, o cel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Compara a comissão de Anistia ao Tribunal de Nuremberg. Compara as vítimas do nazismo com os subversivos e terroristas brasileiros.

Considera que 'independentemente da reparação a que fazem jus os resistentes (ou seus herdeiros) por terem sido vítimas do arbítrio, aqueles que praticaram violência excessiva ou inutil deveriam ser processados criminalmente'. ( Iam sobrar poucos! Só “justiçamentos” foram mais de trinta...)

E, continuando a sua análise da situação, considera lícito assaltar bancos, para sustentar militantes, e, seqüestrar diplomatas, para trocá-los por subversivos e terroristas presos.

Quer parecer imparcial!... Critica determinadas condutas dos militantes da luta armada, como “jogar um carro com explosivos ladeira abaixo na direção de um quartel cujo comandante lançara um desafio público aos guerrilheiros. Isso foi responder a uma bravata com outra , ou seja, uma puerilidade inaceitável em combatentes da causa do povo.” Segundo ele, esse tipo de atitude não merecia indenização e sim punição.

Celso Lungareti é incoerente. Se não concorda com atos praticados pela organização, como se filiou a ela? Pois ele era militante de uma das mais violentas organizações terroristas, a Vanguarda Popular Revolucionária – VPR, organização de Carlos Lamarca.

Foi a VPR que planejou e organizou o atentado ao Quartel do II Exército, onde morreu o soldado Kosel e outros ficaram feridos. Não foi pior porque a Kombi, carregada de explosivos, se chocou com um poste e não conseguiu ir adiante. Ele sabia desse atentado bárbaro e, mesmo assim, continuou militando na mesma.

Foi Celso Lungaretti, usando o nome falso de Lauro Pessoa, que ficou encarregado de comprar os dois sítios na região de Registro/SP, no Vale da Ribeira, para Lamarca instalar uma área de treinamento de guerrilha. Posteriormente, ao ser preso, em 16/04/70, nesse mesmo dia, indicou aos Órgãos de Segurança a exata localização desses sítios. Foi nesse episódio que o Tenente Alberto Mendes Júnior, da Polícia Militar do Estado São Paulo, foi assassinado, a coronhadas, depois de se entregar como refém para salvar seus soldados feridos em uma emboscada.

Eis a incoerência! Mesmo achando que determinados criminosos não deveriam ser indenizados, e citando o caso específico de um atentado terrorista praticado pela organização de Lamarca, a qual se filiou, ele vinha pleiteando sua indenização.

Celso Lungaretti, levou anos para conseguir o seu quinhão na Comissão de Anistia. Sua indenização demorou porque, sempre foi considerado um traidor. Custou para se redimir perante seus companheiros de subversão e perante à Comissão, porque, depois de ser preso, foi à televisão para alertar os jovens do perigo que representava aderir à luta armada. Na época, ele e outro preso fizeram um pronunciamento, exortando os jovens a abandonar a luta armada, pois estavam sendo usados e, segundo declarações suas, não queriam que outros jovens fossem iludidos.

Não sabemos quando disse a verdade. Se na década de 70, quando falou na TV; se durante o período em que reclamava, na internet, da perseguição que a esquerda lhe fazia; se perante a Comissão de Anistia, para receber indenização; ou, se no artigo que escreveu recentemente 'Rescaldo do Caso Lamarca'.


( vejam abaixo um resumo do histórico da VPR e algumas de suas ações praticadas no ano 1968, em São Paulo - todas antes da promulgação do AI -5, em 13/12 de 1968)


A Organização de Carlos Lamarca

Vanguarda Popular Revolucionária – VPR

No final de 1967, uma dissidência da Política Operária - POLOP - articulou-se para a formação de uma nova organização subversivo-terrorista, de cunho militarista.

Paralelamente, um grupo de sargentos, do Movimento Nacionalista Revolucionário de Brizola, procurava se reorganizar, seguindo a linha cubana.

Ansiosos para colocar em prática os ensinamentos aprendidos em Cuba, onde muitos haviam feito curso de guerrilha, e para conseguir matéria prima para as ações, um grupo composto por Onofre Pinto, Pedro Lobo de Oliveira, Antônio Raimundo Lucena, José Araújo Nóbrega, José Ronaldo Tavares Lira e Silva e Otacílio Pereira da Silva, assaltou no dia 30/12/1967, o depósito Gato Preto, da Companhia Perus, em Cajamar, São Paulo, roubando 10 caixas de dinamite e 200 detonadores.

Os encontros iniciais entre esses dois grupos começaram em janeiro de 1968, quando passaram a agir em conjunto e planejar a fusão. Em março, foi realizado o 1º Congresso , nascendo a VPR.

Faziam parte da primeira direção da nova organização subversivo-terrorista:

Wilson Egídio Fava, Waldir Carlos Sarapu e João Carlos Kfouri Quartin de Morais (dissidentes da POLOP) e Onofre Pinto, Pedro Lobo de Oliveira e Diógenes José de Carvalho ( remanescentes do grupo de Brizola).

A nova organização ficou estruturada da seguinte maneira:

Comando Nacional, Comandos Regionais e estes divididos em : Setores Logísticos, Urbano e Rural. Ao setor logístico cabia conseguir, com ações armadas meios para a organização.. O setor urbano era encarregado do trabalho de massa e era dividido em setor operário, estudantil e de imprensa. Ao setor rural cabia fazer levantamentos de áreas para instalação de futuros focos de guerrilha no campo.

Em São Paulo a VPR participou das agitações do movimento estudantil, onde recrutou vários jovens para a luta armada e na greve dos metalúrgicos de Osasco com seus militantes José Ibrahim e José Campos Barreto. Mas foi na área militar que a VPR mas se destacou. Mantinha uma célula no 4º Regimento de Infantaria em Quitaúna, liderada pelo então capitão Carlos Lamarca e o sargento Darcy Rodrigues . Essa célula já estava infiltrada na Companhia de Polícia do Exército, em São Paulo.

As atividades da VPR no ano de 1968, em São Paulo, demonstram o grau de violência da organização terrorista. Foram roubos de carros e assaltos a bancos, armas e explosivos, atos terroristas a bomba, assassinatos e “justiçamentos”.

A seguir, algumas das ações realizadas pela VPR, em São Paulo, durante o ano de 1968:

07/03 - assalto ao banco Comércio e Indústria, na Lapa;

19/03 – atentado a bomba contra biblioteca do Consulado norte-americano, onde um estudante perdeu a perna e dois outros ficaram feridos;

05/04 - atentado a bomba na sede do Departamento de Polícia Federal

20/04atentadoabombano jornal” O estado de São Paulo, com 3 feridos;

31/05 – assalto ao Banco Bradesco, em Rudge Ramos;

22/06 – assalto ao Hospital Geral de São Paulo, no Cambuci

26/06 - atentado a bomba contra o Quartel General do II Exército, que além dos danos materiais, matou o soldado Mario Kosel Filho e feri diversas pessoas;

28/06 – Roubo, na pedreira Fortaleza, de 19 caixas de dinamite e vários detonadores:

01/08 – assalto ao Banco Mercantil de São Paulo, no Itaim;

20/09 - assalto ao Quartel da Força Pública do Estado de São Paulo, no Barro Branco, quando foi morto o soldado Antonio Carlos Jeferry. Participantes da ação: Pedro Lobo de Oliveira, Onofre Pinto e Diógenes José Carvalho de Oliveira;

12/10 – assassinato do capitão Charles Chandler, na frente de sua esposa e filhos, o mais velho com nove anos. Participantes da ação: Marco Antônio Brás de Carvalho, Pedro Lobo de oliveira e Diógenes José Carvalho de Oliveira;

15/10 – primeiro assalto ao banco do Estado de São Paulo, no bairro de Iguatemi;

27/10 – atentado a bomba contra a loja Sears, da Água Branca;

07/11 – roubo de um carro e assassinato de seu motorista, senhor Estanislau Ignácio Correa. Participantes da Ação: Yoshitame Fujimore, Osvaldo Antonio Santos e Pedro Lobo de Oliveira;

06/12 – segundo assalto ao Banco do Estado de são Paulo, no bairro de Iguatemi;

11/12 – assalto à Casa de Armas Diana, na Rua do Seminário, deixando ferido o senhor Bonifácio Ignori , disparado por José Raimundo da Costa ;

Resposta ao artigo de Celso Lungaretti, publicado no Jornal de Brasília e no Orkut

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