Posso me lembrar como se o tempo que não pára eu fosse
Dos dias em que eu podia caminhar
Pular,correr, nadar ou dormir
Sob um céu azul
Podia andar por entre as árvores
Observando os passarinhos
Comer uma fruta,beber água fresca
E depois na sombra me deitar
Naqueles dias o raio de Sol que queimava o meu rosto
Chegava até mim forte e límpido
E antes que seu calor pudesse me afetar
Vinha uma brisa fresca p´ra amenizar
Agora descalço já não posso mais caminhar
Com medo de num lixo da sociedade eu pisar
Se eu pular,correr ou dormir
Corro o risco de p´ra trás eu ficar
Tenho nas mãos um jornal cinza como o céu
Que é um retrato desses tempos de apreensão
Será que algum dia ao abrir um jornal
Ao invés de tragédias eu vou ler