O Zé Limeira existiu
e não foi simples criação
de pessoas eruditas
e de muita gozação,
falando de "periquitas",
muitas coisas esquisitas,
para chamar a atenção...
Quem quiser prove o contrário,
dizendo que não viveu
e que não teve parentes,
nem lugar onde morreu;
em que ele está sepultado
e tem cordel assinado
ou o seu dedão meteu...
Foi em Monteiro, de fato,
onde nasceu e partiu
da vida para o outro lado
e em Campina residiu,
o cordelista afamado
pelo seu palavreado:
"vá pra puta que o pariu!"
Mas, no "Poeta do Absurdo"
não foi publicada a glosa
sobre o Canela de Aço:
"Os olhos de dona Engraça
maltratam meu coração"
em que zomba da mulher
de valente Capitão:
"Eu vi Canela de Aço
no Riacho da Gangorra
montado numa cachorra,
com Santo Heleno no braço;
Padre Zé, Rei do Cangaço
do finado Lampião;
o Padre Ciço Romão
morreu e não foi na praça:
"Os olhos de dona Engraça
maltratam meu coração",
E, nem a quadra famosa
s´tá no livro do Tejo,
também sobre dona Engraça
que, decerto, é outra "falaça":
"Senhora da casa saia,
venha pra porta do meio,
com u´a mão abaixe a calcinha,
cá outra coce o penteio!" |