Não me sai da cabeça aquele dia...
Em que você, sob o uniformezinho da escola, assentada no tronco da árvore, ainda umedecido pelo chuva da noite falou:
Pai, por favor, não vai embora!
Por favor, não vai!...
E as lágrimas, em par com os seus cabelos loiros acastanhados, sob uma tristeza gritante descobriram a minha alma toda encolhida e calada, enquanto a tua boca pequena, sob a feição fina, desenhava, em sussuros, a intencidade da dor que sofria, cujo coração tão inocênte a causa não entendia.
Sem palavras sai devagar e com a garganta presa,
o peito em agonia e a alma penada, fui me afastando da casa, fui me afastando da casa. E quanto mais os meus passos andavam, ouvia a tua voz esperançosa, ouvia o teu soluço e o teu amor ecoava em meio ao desespero...
Pai!
Pai!... Porque tu tens que ir embora?!...
Vem brincar comigo, por favor!
Pai!...
Ah meu Deus como sofri naquela hora!...
O silêncio foi mais cruel, que todos os verbos harmonizados na minha razão humana. Contudo havia feito e começado a minha nova história.Por um sonho, por uma paz, não podia mais recuar.
Ao me distanciar sentia, ao meu redor o absurdo vogar e quando vieram as primeiras noites, sentia as entranhas dilaceradas, enquanto as lágrimas queimavam o peito afogando a garganta sem aliviar. Estava sim, consciênte do castigo do deus grego,e a cada deitar do sol no infinito começava a agonia.
Hoje sou o solitário, nem sei mais do grito, estou por todos os cantos dividido. E quanto mais tento unir o indiscritivo, mais sinto a dor me abraçar.
Já não há luz no meu quarto e o meu sentimento confuso está preso em algum lugar.
Nunca deixei de te amar!...
E ainda hoje preciso me encontrar.
Queria deitar na rede com você ouvir da minha boca historinhas, até pegar no sono ou ouvir a chuva cantar, envolto num beijo ou boa noite, de um pai pra filha.
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