ao poeta Arthur Accioly Pereira
Li sua poesia “Dias de Sol. Dias de Chuva”. Para mim, tem algo envolto na escuridão. Não a escuridão da chuva. Nem a escuridão, que também vi, no brilho do sol, tão elogiado por você. Seus dias de sol têm momentos que parecem ser os preferidos. E seus dias de chuva, parece-me, não lhe agradam.
Mas nada ficou muito claro, como possa parecer à primeira vista. O que você refere como bom, nos dias de sol, são as gargalhadas, a festa, o Carnaval, o mar azul, o calor humano, beijos e abraços.
Nos dias de chuvas, a ênfase é para a tristeza e a reflexão. Mas você fala em coisa mais importante. Aqui, os dias de chuvas, não sei se para vocÊ, mas, na sua poesia, e na minha leitura, pareceu-me mais rico.
A começar pela própria chuva, “que traz ensinamentos”. Lições, exemplos, confirmações e surpresas. Uma chuva, convenhamos, que agrega valores ao nosso espírito. Em contrapartida ao dia ensolarado, que nos remete ao quase nada, não fossem as gargalhadas.
Mas o que eu queria mesmo registrar, nessa minha, digamos, crítica sem compromissos, é a tarde.; ou seja, o período, nas entrelinhas de sua poesia, que fica entre o dia e a noite.; entre o sol e a chuva.
A palavra chave, que subsiste nas duas situações, são as descobertas. Tanto em dia de sol, como em dia de chuva. Aí , sim, sua poesia faz sentido. Reflete a própria razão de viver. Entre o espontâneo da gargalhada, e o refletir do silêncio. Abraços. Domingos.
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