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Ensaios-->Meira Penna, o "Barão de Castália" -- 07/02/2007 - 13:23 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Grande Meira Penna

por Ipojuca Pontes em 05 de fevereiro de 2007

Resumo: Diplomata de carreira que serviu nos cinco continentes durante mais de 30 anos, Meira Penna nos dá uma visão substancial de sua experiência de homem de pensamento.

http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=5547&language=pt

Como ocorre na maioria das vezes no plano literário, travei conhecimento com o profícuo trabalho do embaixador José Osvaldo de Meira Penna, ou melhor, do escritor J. O. de Meira Penna, melhor ainda, do pensador Meira Penna - muito antes de cumprimentá-lo pessoalmente. Deu-se o seguinte: durante o desgoverno de Zé Sarney, testemunhando os métodos de atuação da Embrafilme, eu havia acordado para o nefasto papel que o Estado exercia (e exerce) sobre a atividade cinematográfica, ocasião em que rompi o diálogo com a alcatéia de burocratas e clientes da área estatizada, dando por encerrada a minha trajetória de “cineasta premiado”.



“O Dinossauro”: obra fundamental.

Transcorria o ano de 1988. Embora já conhecesse as obras de Adam Smith e o vertiginoso “Ação Humana”, tratado de economia liberal escrito por Ludwig von Mises, procurava, na minha solidão intelectual, alguém que no Brasil compartilhasse das mesmas apreensões e temores. Foi quando casualmente, remexendo nas prateleiras de uma livraria, encontrei escondido na estante de obras de “Sociologia”, volume de “O Dinossauro”, a preciosa pesquisa de Meira Penna sobre o Estado, o patrimonialismo selvagem e a nova classe de intelectuais e burocratas que crava suas garras sobre o costado da Nação.

Tomei um choque com o livro. Ali se encontrava tudo o que procurava e pressentia, uma verdadeira e perfunctória análise crítica, com dados concretos e precisão de fontes, da atuação predatória do Estado não só na área do cinema mas na própria formação do País. Com efeito, Penna abordava com fluência e clareza a histórica inclinação brasileira para a prática do mercantilismo, no Império e na República, esclarecia os pendores nacionais para o empreguismo e a “mamãezada”, descortinava a pantomima da corrupção própria dos governos empenhados em “resolver” a questão da “justiça social” e, muito sutilmente, chamava a atenção para a impostura dos “intelectuários” (expressão grata ao mestre Gilberto Freyre) na vida institucional do País, isto é, do intelectual que deseja uma “boa boca” no funcionalismo público ou, ao inverso, do funcionário público que, mamando nas tetas do Erário e escrevendo sobre minudências acadêmicas, aspira ser aceito como intelectual – quem sabe para ascender na carreira com maior rapidez.

(Curiosamente, Meira Penna, transitório Diretor-Geral da Embrafilme nos seus primórdios - 1971, creio -, em pouco tempo matou a charada da estatal do cinema: desde cedo a empresa tornou-se um antro de patifarias, negociatas e safadezas – o que levou o diplomata a afastar-se com urgência do cargo).

A partir de “O Dinossauro” tornei-me um leitor de carteirinha dos livros de Meira Penna, escritor singular, cujo perfil substantivo, mais cedo ou mais tarde terá de ser reconhecido como um clássico das letras nacionais. Claro, existe hoje em torno de sua obra toda uma cortina de silêncio, tecida pelo reacionário esquerdismo tupiniquim que, não podendo enfrentar o seu descomunal conhecimento, prefere velhacamente enfiar a viola no saco ou sabotá-lo.

Sua obra é vasta. Ela trata, em específico, com nitidez filosófica, dos fetiches compensatórios dos regimes totalitários e populistas (“Ideologia do Século XX”); do impasse conflitivo entre igualdade e liberdade nos regimes liberais e socialistas (“O Espírito das Revoluções”); do caráter arbitrário, coercitivo e daninho do “Estado forte” ou patrimonial (“O Dinossauro”); das limitações do darwinismo, social ou biológico, enquanto visão da evolução e seleção natural para explicar o enigma da mente humana (“Polemos”); da visão da psicologia coletiva brasileira em face dos desafios para se construir uma sociedade exemplar (“Em Berço Esplêndido”); da defesa da economia de mercado, a partir da supremacia da sociedade de confiança e do direito da propriedade em contraposição ao “construtivismo” falacioso da “engenharia social” (“Da Moral em Economia”) e, para mencionar só mais um dos seus trinta e tantos livros, o ensaio analítico sobre o altruísmo e o progresso humano expresso em “Opção preferencial pela Riqueza”.

Há, no entanto, um livro notável na bibliografia do escritor: “Meira Penna, por ele mesmo”, uma curta autobiografia em que revela o evoluir de sua formação e de suas idéias, sem fugir, no entanto, ao modo de Santo Agostinho, das confissões pessoais. Nela vislumbramos a luta tenaz de um cérebro bem dotado articulando-se para entender o mundo e o seu tempo, em particular o Brasil e seus eternos tropeços. Diplomata de carreira que serviu nos cinco continentes durante mais de 30 anos, Meira Penna nos dá, em paralelo, uma visão substancial de sua experiência de homem de pensamento, mormente quando se reporta aos seus encontros com personalidades expressivas do século 20, tais como, por exemplo, Carl Jung, o psicólogo do inconsciente coletivo.

Por felicidade pessoal, ao fazer para o Estado de São Paulo a resenha crítica de “Em Berço Esplendido”, o sempre atento José Mario Pereira, editor do livro pela Toopbooks, tratou de me apresentar o notável escritor, de quem me tornei, com o passar do tempo, mais admirador. Em pessoa, Meira Penna transpira inteligência, elegância, espírito crítico e - coisa rara hoje em dia - correção.

Bem, escrevo, escrevo e não chego ao essencial, que é o seguinte: o pensador Meira Penna, que nasceu com a Revolução Russa, em 1917, vai completar neste 2007, noventa anos de idade. Noventa anos, como diria Acácio, o Conselheiro, não é um acontecimento que ocorra todos os dias na vida do cidadão. Em menos tempo, a Revolução Russa ruiu e próprio Fidel Castro, octogenário, está moribundo – enquanto o pensador brasileiro continua vivo e firme, escrevendo cada vez melhor.

Parabéns!

Nota Editoria MSM: sobre o mais recente trabalho de J.O. de Meira Penna, recomenda-se a leitura do artigo Uma análise crítica do Darwinismo


***

SAUDAÇÃO AO EMBAIXADOR

Jose Oswaldo de Meira Penna

por ocasião de seu 90. aniversário


Caríssimo Mestre,


Assim como Sócrates na antiga Atenas era cercado por aqueles que procuravam a sabedoria, assim nós aqui temos tido o privilégio de conviver com um verdadeiro amante da sabedoria, nesse Brasil tão dominado por confusas opiniões.

Somos um grupo heterogêneo, de diferentes idades e experiências de vida, de crenças e profissões. Temos entre nós juristas e economistas, professores e alunos, diplomatas e funcionários públicos, militares e clérigos, judeus e cristãos.

Todos encontramos os portões sempre abertos de “Castália”, essa fonte da amizade.

Aprendemos que sabedoria é mais que conhecimento. É uma soma de muitas virtudes, gregas e cristãs ; coragem, humildade, tolerância, bom-humor, e de nunca perder a esperança e o otimismo.

Queremos hoje manifestar gratidão por esse privilégio.

Amigo José Oswaldo (e permitam-me incluir sua esposa Dorothy), que sua vida se prolongue para além desses noventa, na direção do século, dando-lhe oportunidade para concluir suas riquíssimas memórias, e ainda nos proporcionar muitas lições de vida.

Aceite nosso abraço,

Nelson Lehmann


Obs.: Também assino embaixo, nessa homenagem do professor Lehmann ao 'Barão de Castália', no dizer de Heitor Aquino Ferreira. 'Castália' é o nome da residência do embaixador Meira Penna, em Brasília (F.M.).


Breve biografia do Embaixador Meira Penna:

José Osvaldo de Meira Penna nasceu no Rio de Janeiro no dia 14 de Março de 1917. Pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), obteve o título de Bacharel em Ciências Jurídicas. No ano de 1938 ingressou na carreira diplomática por intermédio de concurso público para o Instituto Rio Branco. Fez cursos de especialização na Universidade de Columbia, em Nova York, e no Instituto C. G. Jung, de Zurique. No ano de 1965 fez o Curso Superior de Guerra da ESG, tendo cursado posteriormente diversos cursos de especialização nessa instituição. Como diplomata de carreira, J. O. Meira Penna ocupou diversas funções, dentre as quais: Vice-Cônsul em Calcutá¡, Índia, e Shangai, China (1940-1952); Segundo Secretário em Ankara, Turquia, e Encarregado de Negócios em Nanking, China (1947-1949); Secretário em Ottawa, Canadá¡, Secretário e Conselheiro da Missão Brasileira das Nações Unidas (1953-1956) e membro da Delegação Brasileira a várias Assembléias das Nações Unidas, e da Conferência Geral da UNESCO em 1958; Chefe da Divisão Cultural do Ministério das Relações Exteriores (1956-1959); Cônsul Geral em Zurique, Suíça (1959-1964); Embaixador do Brasil em Lagos, Nigériria (1964-1965); Secretário Geral Adjunto para o Planejamento e da Europa-Oriental e Ásia (1966-1967); Embaixador do Brasil em Israel e em Chipre (1967-1970); Presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do MEC, Diretor Geral da Embrafilme e Assessor do Ministério da Educação e Cultura (1971-1973); Embaixador do Brasil em Oslo, Noruega e na Islândia (1974-1977); Embaixador do Brasil em Quito, Equador (1978-1979); e Embaixador do Brasil em Varsóvia, Polônia (1979-1981). Meira Penna foi conferencista de cursos da ADESG (1971-1973); tem ministrado regularmente conferências sobre psicologia social no Instituto C. G. Jung em Zurique e conferências sobre diversos temas na Escola Superior de Guerra e no Conselho Técnico da Confederação Nacional da Indústria e do Comércio. Tem colaborado com o trabalho dos Institutos Liberais de todo o Brasil, sendo atualmente o presidente do Instituto Liberal de Brasília. José Osvaldo de Meira Penna é um dos quatro brasileiros vivos que tem a honra de ser membro da Mont Pelerin Society.

Meira Penna é autor de vasta obra composta, até o presente momento, dos seguintes livros: Shangai: Aspectos Históricos da China Moderna (1944), O Sonho de Sarumoto: O Romance da História do Japão (1948), Quando Mudam as Capitais (1958 / 2ª Edição revista e ampliada: 2002), Política Externa, Segurança e Desenvolvimento (1967), Psicologia do Subdesenvolvimento (1972), Em Berço Esplêndido: Ensaios de Psicologia Coletiva Brasileira (1ª Edição: 1974 / 2ª Edição revista e ampliada: 1999), Elogio do Burro (1980), O Brasil na Idade da Razão (1980), O evangelho segundo Marx (1982), A Ideologia do Século XX: Ensaios sobre o Nacional-socialismo, o Marxismo, o Terceiro-mundismo e a Ideologia Brasileira (1ª Edição: 1985 / 2ª Edição revista e ampliada: 1994), A Utopia Brasileira (1988), O Dinossauro: uma Pesquisa sobre o Estado, o Patrimonialismo Selvagem e a Nova Classe de Burocratas e Intelectuais (1988), Opção Preferencial pela Riqueza (1991), Decência Já¡ (1992), O Espírito das Revoluções: Da Revolução Gloriosa à Revolução Liberal (1997), Ai, que dor de cabeça!: Alguns dados informativos e sugestões para aqueles que sofrem de enxaqueca (2000), Urania: Onde se discute a conquista do espaço, a ficção científica, os discos voadores, E.T.s, a pluralidade dos Mundos Habitados e a solidão do homem (2000), Cândido Pafúncio: Numa historia contada por um idiota (2001) e Da Moral em Economia (2002). Seu último livro foi Polemos - uma análise crítica do darwinismo (2006). No momento, Meira Penna elabora sua autobiografia que, pelo visto, será na forma de vários volumes. Haja fôlego! Além desses livros, Meira Penna é autor de centenas de artigos publicados em jornais e revistas no Brasil e no exterior.


Algumas opiniões acerca do Embaixador Meira Penna:

“O embaixador Meira Penna é um homem de grande cultura, que já leu todos os grandes clássicos e modernos do pensamento liberal, e que fez do liberalismo uma doutrina viva. É também um formidável polemista”.
- Mário Vargas Llosa

“Desenvolvendo grande atividade intelectual desde a juventude, o embaixador aposentado José Osvaldo de Meira Penna realizou uma obra grandiosa, que acredito venha a merecer consideração detida num dos nossos cursos de pós-graduação em pensamento brasileiro ou ciência política”.
- Antonio Paim

“O embaixador Meira Penna alia a sua inteligência e a sua vasta erudição - histórica, filosófica, sociológica, política e econômica - a uma notável capacidade de combater. Polêmico, freqüentemente agressivo em face a posturas contrária a sua - especialmente a socialista e nacionalista -, ele é uma figura ímpar no panorama intelectual brasileiro, sempre pronto a denunciar ilusões ou imposturas”.
- Roque Spencer Maciel de Barros

“Meira Penna é um reconhecido intelectual, articulista e polemista, já escrevera diversas obras de fôlego, introduzindo muitos temas então inéditos ou pouco abordados, como o patrimonialismo selvagem”.
- Cândido Prunes

“O embaixador José Osvaldo de Meira Penna é um dos intelectuais brasileiros que mais tem contribuído para a formação de uma literatura liberal em nosso país”.
- Og F. Leme

“Meira Penna é um expoente da pequena ala de intelectuais liberais do Itamaraty que não se deixaram contaminar pelas ideologias coletivas: o solidarismo romântico, o nacionalismo e o socialismo. Essas ideologias antiliberais, que desconhecem o papel da concorrência na promoção da eficácia econômica e do pluralismo político, impregnaram várias gerações itamaratianas. E, como convé a celebre entropia de um país subdesenvolvido, degradaram-se em manifestações folclóricas: antiamericanismo de salão, socialismo de balcão e terceiro-mundismo de ocasião”. “Meira Penna, como liberal engajado e espadachim ideológico, sempre sofreu discriminação por parte de mesquinhas igrejinhas no Butantã da Rua Larga. Foi um talento subaproveitado. Prosperam mais, para usar a verbologia de Platão, os 'filodoxos' (amigos de opiniões) do que os 'filósofos' (amigos da sabedoria)”.
- Roberto Campos

“Meira Penna está muito atento aos problemas colocados pela inserção do catolicismo na economia da modernidade, além de preocupado com a fundação de uma Ética social”.
- Ubiratan Borges de Macedo

“Meira Penna escreveu o melhor livro de psicologia social brasileira (Psicologia do Subdesenvolvimento) e a melhor defesa da economia liberal que existe em português (Opção Preferencial pela Riqueza), além de uma notável análise da burocracia estatal (O Dinossauro), de um esplêndido painel das Ideologias do Século XX e de muitos outros livros que não ficam abaixo desses”. “Poucos escritores de tamanho valor foram, no mundo, tão injustamente depreciados pela mídia, tão sistematicamente excluídos do debate público e reduzidos a falar para um pequeno círculo de leitores e admiradores”.
- Olavo de Carvalho





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