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Cronicas-->Indecisão -- 04/11/1999 - 19:36 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O celular estava em grande confusão. Dois amores. Uma calculadora eletrónica com quem convivera bons momentos em uma das bolsas de sua dona. E agora, conhecera uma agenda eletrónica por quem se apaixonara perdidamente. Eles se conheceram após um susto.

O celular havia sido mergulhado em bolsa nova de sua dona. Ao recuperar-se olhou em volta e a viu. Lá estava ela, toda delicada, solitária, a mais linda agenda eletrónica que já tinha visto. Como ele, jogada naquele fundo de poço sem ninguém com quem falar. Só aqueles objetos sem vida, de natureza tão diferente, sem bateria. Um primeiro olhar foi o suficiente. Não foi necessário falar ou dar explicações de qualquer tipo. Logo perceberam que tinham a mesma natureza eletrónica, os mesmos números guardados e daí para frente andariam juntos, onde a dona os levasse.

Conversaram animadamente, como se fossem velhos amigos. Muitas afinidades. Quando ela pediu licença para acertar a bateria, ele ficou pensativo e, de repente, sentiu-se culpado. Lembrou-se da calculadora eletrónica com quem convivera na bolsa anterior. A comparação era inevitável.

A calculadora, lindíssima, muito elegante, austera, precisa. Teclas macias, sensuais. Humor fino, perspicaz, muito inteligente. Programável, jogos pré-programados para as horas de lazer. No trabalho, imbatível, funções financeiras, científicas e até, pasmem, funções trigonométricas (quem precisa disto na bolsa). Uma intelectual, sem bips ou alarmes desnecessários. Haviam passado bons momentos juntos na bolsa anterior. Como esquecer os jogos, as confidências.

A agenda, mais delicada, formas arredondadas, sensuais. Muitas memórias, números telefónicos, endereços, fusos horários. Muitos amigos, contatos aqui e no exterior. Já fora à ópera e sabia acordes de várias árias.

Como decidir. Talvez ficar com ambas. E se elas se encontrassem? Não seria difícil, afinal todos tinham a mesma dona. Era apenas uma questão de bolsa. Bastava uma pequena confusão e elas se encontrariam, provavelmente junto com ele. Como negar? Como explicar? Ele de fato não queria magoar nenhuma delas.

Ah! Que indecisão.


Escrito em 05.10.96

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