A tua tez perolífera,
Cacau muito levezinho,
Teus contornos, Teu papinho
Na vital zona aurífera,
Em movimento certinho,
Muito lento, muito lento,
Que delícia, que portento,
Que sublime tesão
A descer e a subir
Poro a poro e a fruir
Tão intensa sensação.
Teus lábios vêm e vão
Ao redor do rei do mundo
E a minha língua vai fundo
Para acender-te em vulcão
Enquanto lânguido me inundo
Do prurido de mel sano,
Vice-versa, mano a mano
E ambos cegos de prazer
Logramos a imensidade
No altar da eternidade
Sem mais nada pra viver.
Para enfim transcender
O limite suportável
Dás-te inteira, maleável,
De rosa pura a ferver,
Esplêndida, adorável,
À sábia introdução
Que come a maçã de Adão
Todinha sem hesitar
Pelo Sésamo proíbido
Que põe o sexto sentido
Em loucura a levitar.
Tu gemes e eu deliro
Sugando o dorso divino
E em pleno desatino
A galope mal respiro
Sobre o enlace felino
Que me puxa e absorve
Enquanto teu corpo move
Para trás e para a frente
Em delicado espasmo
E após o supremo orgasmo
Beijámo-nos docemente.
Afago-te terno, carente
Do amor que vem depois
Para transformar os dois
Num só corpo únicamente
Sob o esplendor de mil sóis
Que nos fundem os sentidos
E nos deixa reunidos
Em êxtase salutar
À brisa da felicidade
Que nenhuma realidade
Jamais consegue alcançar.
De novo a pele a queimar
Nos acende a excitação
E revigora o tesão
Que intenta ultrapassar
A barreira da exaustão.;
Tu recomeças a chupar,
Eu relambo sem cessar
E de lascívia langorosos
Tal qual anjos refulgindo
Ficamos ambos dormindo
Saciados e ditosos...