A Violência
20/12/2001
A vida passa a ser um jogo perigoso.
Nas ruas, o pânico reina. Dos portões para dentro, pessoas temendo por suas vidas, cercadas de grades, alarmes, vidros blindados, aprisionadas. Quando andam, estão inseguras. Quem irá protegê-las ? Temem ações criminosas, não apenas dos assaltantes, também dos policiais.
Tiroteios em vias públicas, e uma bala pode ser perdida. Uma chacina aqui, outra lá, coisas do cotidiano.
Lá vai um garoto correndo um trombadinha. ( Então param - no e batem geral, algumas pancadinhas e constata- se que o garoto não é o que pensavam ter roubado.) E o pivete, o trombadinha sai de cabeça baixa, correndo, assustado, com medo. Que culpa tinha? Foi violentado duplamente sofreu agressão física e moral. É apenas um garoto pobre.
O abuso de autoridade por parte dos policiais é constante. Atiram por qualquer motivo, espancam, ofendem, humilham. E onde estão quando precisamos deles ? Dependemos de muita sorte e dos nossos próprios anjos da guarda ( às vezes tendo de pagar por eles).
Nossa selva de pedras tem os animais mais violentos. Animais mesmo, de tão irracionais que se apresentam.
É mais um dia de trabalho, e eles vão contribuir com o problema do tráfico, detalhe: a contribuição deveria ser combatendo o tráfico.
Ali mesmo, na esquina da periferia com hora marcada, toda semana, para quem quiser ver. Alguma conversa e logo o dinheiro é distribuído entre quatro ou cinco policiais, dinheiro esse que não é pouco para ele, mas pouco perto do que os traficantes faturam e é tudo para que continuem traficando.
Um crime explícito, não apenas se omitiram, como deram a eles segurança para que continuassem.
A violência cresce cada vez mais e acredita-se realmente que seja resultado da opressão das injustiças sociais, que surge como única alternativa. E sabe- se que essa é uma questão política, podendo- ser também culpa da sociedade que os exclui.
Essa criminalidade tem de ser combatida e isso inclui uma série de recursos governamentais e sociais.
Mais a nossa questão é que estamos carentes de segurança, até mesmo para que a violência existente não cresça tão absurdamente como tem crescido.
E como podemos combater a criminalidade com criminosos?
Maratonista: Alessandra Pimenta de Souza
Oficina: Redação
Cidade: São José do Rio Pardo
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