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Artigos-->LULA: UM EXEMPLO DE MÁ FÉ -- 11/07/2012 - 14:25 (Délcio Vieira Salomon) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


LULA: UM EXEMPLO DE MÁ FÉ



                                                                                                                                                                                   Délcio Vieira Salomon



 





                Cada vez mais me convenço de que Lula fez da política exercício constante da má fé.



                Não apenas no sentido vulgar do termo, mas, sobretudo, no sentido pleno criado por Sartre.



                Demonstra má fé, no sentido vulgar, quando mente descaradamente na tentativa de enganar quem o ouve, sobretudo quem o admira e segue.



               No sentido sartreano, ao disfarçar fatos,  movido por propósito obscuro, inconfessável.



               Tal comportamento ficou estampado nos dois últimos encontros por ele protagonizados, para obter vantagem e movido por propósito indicativo da má fé.



               O realizado com Gilmar Mendes no escritório de Nelson Jobim e o que fez ao procurar Maluf, levando a tiracolo seu candidato Fernando Haddad, por ele imposto ao PT, à Prefeitura de São Paulo.



               Parênteses: esta imposição de candidato é sintomática, não só da má fé lulista, mas, sobretudo, da falta de personalidade do próprio PT, pois se tem repetido à exaustão. Em se tratando de indicar candidatos a postos chaves do governo, seja na esfera federal, estadual ou municipal, o PT não age como partido político, mas como bando de cordeirinhos a seguir os passos e a voz de comando de seu chefe. Onde está a tão proclamada estrutura democrática para escolha dos nomes dos “companheiros”?



              Agora surge algo “nunca acontecido na história deste país”: a ameaça da CUT de colocar trabalhadores na rua contra o STF. Não é preciso ser cientista, nem analista político para perceber que o dedo de Lula está por trás dessa chantagem, justo por prever a condenação emblemática dos mensaleiros, o que, no fundo, representa a condenação do PT, moldado à sua imagem e semelhança. Basta relacionar sua atitude ao procurar Gilmar Mendes e suas declarações sobre a CPI de Carlinhos Cachoeira e as próximas eleições.



              Uma das expressões da má fé, sobretudo na concepção sartreana, é o cinismo. Lula está dando mostra incontestável de cinismo: primeiro, porque, quando sentiu o golpe do mensalão, veio a público para declarar que aquilo era obra de aloprados e que fora apunhalado pelas costas; alguns dias mais tarde tenta mudar a “versão dos fatos”, dizendo que se tratava de invenção de inimigos políticos, na tentativa de provocar seu impeachment. Bastou sentir momentâneo alívio (por causa da leniência do Congresso e a paralisia da imprensa, provocada pelo choque do mega escândalo) para tentar pôr pedra sobre o acontecido, invocando a afamada “caixa dois” – segundo ele, useira e vezeira de todos os partidos políticos.



              Tenho para mim que esta má fé de Lula tem sido um dos fortes fatores a incentivar a corrupção e a malversação do dinheiro público, tão constatadas nos últimos tempos no país.



               Para finalizar resta a interrogação: Lula usa a má fé conscientemente ou não?



              Se usa conscientemente é um ser perverso e nocivo ao outro (como lembraria Sartre) e mais do que ao outro, à própria democracia, acrescentamos nós.



              Se inconscientemente, então se trata de caso patológico, digno da psiquiatria e/ou da psicanálise. Seria caso patológico sui generis, pois coloca seu próprio eu na mesma situação de Suzana, quando diz a Figaro: “mostrar que tenho razão seria reconhecer que posso estar errada”, situação argutamente analisada por Sartre para nos apontar: “Se não fosse o que sou, poderia, por exemplo, encarar seriamente a crítica que me fazem, interrogar-me com escrúpulo, e talvez me visse forçado a reconhecer sua verdade”.



              Pior ainda: nosso ex-presidente estaria incurso naquilo que Sartre denomina de “síntese embaraçadora, pois joga com a ambiguidade nadificante (...), afirmando, ao mesmo tempo, que sou o que fui (o homem que se detém deliberadamente em um período de sua vida e se nega a considerar as mudanças posteriores) e que não sou o que fui (o homem que, diante de recriminações e rancores, desvincula-se totalmente do passado, insistindo em sua liberdade e re-criação perpétua”. (ver o Ser e o nada, tradução de Paulo Perdigão, p. 101-118)

 


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