Veja, antes:=>>>Feministas, atenção!; Ô velhinha vaidosa, sô!
Você pode discordar
que o seu corpo faleça.
Quer se imortalizar,
também, dos pés à cabeça.
E pode até pensar,
que crer na morte provoca
no corpo seu declinar,
até você ir pra loca.
Mas o corpo nunca morre
porque na morte nós cremos.
O corpo não nos ocorre,
se da morte nós descremos.
Corpo e morte são partes
de uma só ilusão,
criada para descartes
egóicos, sem percepção
do grande lago, da Fonte
da vida; inconsciente,
o ego não tem horizonte,
tem um medo permanente
e se vê bem separado.
Assim, ele nos ilude:
há um corpo, aprumado,
dizendo "Deus me acude",
e sempre ameaçado.
Na ilusão, você vê
que é de corpo dotado,
vulnerável como quê,
coisa que nasce e morre.
Mas o corpo não existe
se a morte não ocorre;
andam juntos, bem de chiste.
Queremos manter um lado
e do outro nos livrarmos,
o corpo fica cansado
do impossível tentarmos.
Entretanto, não se deve
tentar do corpo fugir.
Ele não lhe circunscreve
o que não pode gerir.
Ele é a percepção
distorcida da verdade,
mas dentro dess"ilusão
está a serenidade,
nossa real natureza,
disfarçada, dentro dela,
dentro dessa absurdeza,
que não sai pela janela.
O corpo faz ligação,
é o seu único ponto
de acesso, união,
ao que lhe deixará pronto
pra ver a sua verdade,
sua real natureza;
não na exterioridade,
dentro vai a Realeza.
Se você um anjo vê
como estátua de pedra,
você deve se conter,
perceber que nela medra
o que lhe leva ao Ser;
se você a vir de perto,
você vai permanecer,
de dentro, vendo-a certo.
Veja, em seguida: Veja, antes:=>>>A gaiola do Padre Jorge
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