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Ensaios-->Uma sinuca de bico -- 31/10/2006 - 12:30 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma sinuca de bico

por Ipojuca Pontes (*) em 26 de outubro de 2006

Resumo: Não há dúvida: o Brasil está numa sinuca de bico. Só quem não vê o óbvio é aquele tipo de gente que fura os olhos para enxergar melhor.

© 2006 MidiaSemMascara.org


O Brasil está numa sinuca de bico. Depois das eleições do próximo dia 29 que definirá, entre outras coisas, quem vai tomar conta do País, é muito provável que se instale na vida pública nacional um quadro de completa falta de governabilidade. No frigir dos ovos, qualquer analista político consciente, ou que tenha se empenhado em observar a vida política brasileira nos últimos 30 anos, já percebeu que está se acumulando entre as duas facções partidárias, PT e PSDB, um enorme arsenal de chumbo grosso que, no calor da refrega, pode se transformar numa explosiva carga de nitroglicerina pura.

Senão vejamos: na possibilidade, ainda que cada vez mais difícil, de ocorrer uma vitória do candidato tucano Geraldo Alckmin, comprometido, conforme programa de governo, com o desenvolvimento de um capitalismo brasileiro a partir do fortalecimento do mercado, é mais que previsível que a sanha do PT, partido comprometido com o monopólio de um “Estado regulado” e o seu conseqüente aparelhamento, faça cair sobre o próximo mandatário uma permanente tempestade de intimidações.

Neste sentido - como já foi dito de forma transversa pelos próprios membros do PT, especialmente os seus “quadros ideológicos” mais empenhados - não será desprezível imaginar a radicalização da atuação dos “movimentos sociais” e das tropas de choque petistas formadas por militantes profissionais bem treinados, tendo como desfecho as sucessivas ondas de greves, passeatas, atos de violência e marchas sobre Brasília que levarão o governo a promover, obrigatoriamente, o sempre lastimável Estado de sítio, a estabelecer a suspensão de certos direitos e garantias individuais.

Por outro lado, é plenamente admissível que a vitória do candidato-presidente Luis Inácio Lula da Silva e do seu partido contraventor, reeleito pela prática de ilícitos (considerados, entre outros, pelo Ministério Público), venha a desencadear a mobilização do conjunto das oposições e de parte da sociedade brasileira na luta pelo estabelecimento do impeachment presidencial, considerado constitucionalmente como inafiançável crime de responsabilidade.

Com efeito, razões para a imposição de tal medida não faltam. No histórico, nenhum outro governo da República brasileira esteve envolvido, em menos de quatro anos, em quantidade tão alarmante de denúncias de fraudes e operações mafiosas como as que contaminaram a vida pública nacional e determinaram a queda de figuras ministeriais e membros de todos os escalões governamentais.

De fato, em menos de 174 semanas de vigência, o governo e seu partido leninista estivem envolvidos em nada menos de 218 denúncias de escândalos, mais de um por semana, com destaque, entre outros, para os escabrosos casos da compra do AeroLula, da extorsão do assessor parlamentar Waldomiro Diniz, da atuação da máfia dos “vampiros” no Ministério da Saúde, da ação nefasta da quadrilha das sanguessugas, do acachapante mensalão denunciado pelo partícipe Roberto Jefferson, das remessas de dólares ilegais pelo mentor publicitário e contraventor Duda Mendonça, do uso e abuso dos permissivos cartões de crédito do Palácio do Planalto, da ação empresarial de Lulinha (o filho privilegiado), das operações da quadrilha de Ribeirão Preto e da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo, para não falar no recente e acintoso “dossiêgate”, ápice da volúpia criminosa – tudo isso somado, a formar um conjunto de aberrações de fazer tremer o Império Romano, na iminência de cair no limbo e ficar na impunidade, como se a verdade fosse a mentira e a mentira a paralaxe da nação.

Ademais, com a permanência de Lula da Silva no poder, é factível antecipar um quadro de estagnação ou mesmo de retrocesso econômico e social. A julgar pelo já vivido no atual período de governo, devemos enfrentar, no próximo mandato, o avanço e a ampliação do “Estado forte” levado adiante pelo bolchevismo petista, com todos os agravantes da propaganda enganosa, do empreguismo partidário, do falso crescimento e da manutenção dos privilégios e, pior que tudo, do efetivo “controle social” monitorado pela fortalecida Abin, a ser transformada numa cópia cabocla das famigeradas DGI cubana e a KGB, a repressiva máquina de espionagem soviética.

Quem duvidar do que se afirma, basta olhar os itens básicos da plataforma de governo da reeleição de Lula. Nele, o presidente e aliados dão conta de que:

1) Buscarão o “desenvolvimento induzido pelo financiamento e a ação do Estado” falido;

2) Perpetuarão o atual modelo da Previdência, com déficit anual crescente na ordem de R$ 40 milhões, à margem do rombo previdenciário que ultrapassa a casa de R$ 1 trilhão;

3) Marginalizarão qualquer hipótese de reforma trabalhista, fomentadora do desemprego galopante e do trabalho informal, visto que, no entender fantasista, “há espaço para modernizar as relações de trabalho sem comprometer os direitos dos trabalhadores” e,

4) Recrudescerão a carga tributária, no “propósito de racionalizar a arrecadação e de defender a desoneração das exportações e dos investimentos”.

(De fato, como já antecipado pelos burocratas do fisco, logo em 2007 está previsto o aumento dos impostos que atingirão a marca recorde de 42%, um massacre fiscal que transformará o empresariado em refém do governo e a força de trabalho numa multidão escravizada para manter o parasitismo estatal).

Sim, não cabe dúvida: o Brasil está numa sinuca de bico. Só quem não vê o óbvio é aquele tipo de gente que fura os olhos para enxergar melhor. Que, mais cedo do que imagina, pagará caro pela ilusão do mito vermelho.



(*) O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura.





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