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Ensaios-->O simbolismo do fogo. -- 23/10/2006 - 09:02 (Giovanni Salera Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SIMBOLISMO DO FOGO

Segundo diversos estudiosos (antropólogos, arqueólogos, historiadores, evolucionistas etc.), a origem da sociedade humana, como a conhecemos atualmente, ocorreu a partir do momento em que o Homem passou a dominar o fogo. Conforme acreditam, antes do domínio do fogo, o Homem vivia similarmente às demais espécies animais, com uma incipiente capacidade de comunicação e com uma pequena organização social – reflexos de um intelecto pouco desenvolvido. A partir do domínio do fogo o cérebro humano desenvolveu-se abruptamente, proporcionando um salto qualitativo na nossa vida.
Antes das técnicas de controle e propagação do fogo, o Homem estava sujeito a ter e utilizar esse elemento apenas quando ocorriam queimadas por causas naturais, especialmente pelas descargas elétricas dos raios.
Vale ressaltar que o domínio do fogo permitiu inúmeros avanços, dentre os quais: possibilitou que os grupos familiares estivessem ativos durante a noite; permitiu o preparo de alimentos e bebidas; foi usado em caçadas e no afugentamento de animais e grupos rivais; passou a ser empregado na agricultura e pecuária, servindo para limpeza de áreas; e foi amplamente empregado na fundição de metais.
Além da grande importância do fogo através de seus múltiplos usos na atividade prática do dia-a-dia do Homem deve-se considerar também um outro aspecto extremamente relevante em relação ao fogo e a História da humanidade, que se trata de seu valor simbólico para diferentes povos e culturas.
No Zoroastrismo (religião monoteísta fundada na Pérsia por Zaratustra), o fogo é um símbolo da sabedoria e luz divina. Os templos religiosos do Zoroastrismo, onde se desenrolam as cerimônias e se celebram os festivais próprios da religião, são conhecidos como Templos de Fogo. Os Templos de Fogo mais importantes do Irão e da Índia mantêm uma chama de fogo sagrado a arder perpetuamente.
No Candomblé (religião brasileira que une princípios de culturas africanas e do Catolicismo), apresenta dentre as suas inúmeras divindades (Orixás), uma forte relação com os elementos da natureza: ar, terra, água e fogo. Xangô (mais popular entidade do Candomblé), é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça. Ele tem o fogo como seu principal elemento natural. Os adeptos do Candomblé realizam inúmeras festividades ao longo do ano, muitas das quais, em presença de fogueiras e chamas.
O Brasil é um país essencialmente cristão, e na Bíblia Sagrada (livro mais lido em todo o mundo), existem dezenas de referências ao fogo, muitas das quais tratando-o de forma simbólica. Uma das mais marcantes referências do fogo na Bíblia trata-se da sua associação à presença Divina na vida do cristão.
Logo após a crucificação e ascensão de Cristo aos céus os apóstolos permaneceram reunidos em oração. Naquele momento de intensa devoção todos foram cheios da presença do Espírito Santo que estava manifesto sobre suas cabeças como pequenas labaredas de fogo (ver Atos dos Apóstolos 02: 2-4). Esse acontecimento único foi crucial para o crescimento e expansão do Cristianismo no mundo todo, de forma que ele se tornou uma das maiores religiões da atualidade. Uma outra história, e essa já de origens helênicas (publicada no Chico nº 04, de dezembro de 2005), é a da ave Fênix, que sem o fogo não poderia nunca ressurgir das cinzas e voltar para a cidade de Heliópolis.
Atualmente muitos de nós deixamos de enxergar o fogo como algo benéfico. Ele hoje, quase sempre, é visto de forma negativa e como um instrumento maléfico. Com o resgate dos valores divinos e sagrados associados ao fogo nós podemos mudar nossa forma de utilizá-lo, principalmente no que se refere às queimadas ilegais, que são muito freqüentes em nosso Estado e são responsáveis por um grande número de problemas ambientais, tais como: a extinção de animais e o aquecimento global.
Com educação e sensibilização podemos ver esse elemento como uma dádiva de Deus que deve ser usada com responsabilidade e não de forma irresponsável colocando em risco a vida do nosso Planeta e principalmente do Tocantins.

Publicado no Jornal Chico, edição n. 20, p. 05, de 16/08/2006. Gurupi – Estado do Tocantins.

Giovanni Salera Júnior é Mestre em Ciências do Ambiente e Especialista em Direito Ambiental.
E-mail: salerajunior@yahoo.com.br
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