Palestra do Jornalista Alexandre Garcia
Em feliz iniciativa, o TERNUMA/DF trouxe para o gáudio de seus membros e convidados a experiência, a honestidade e a lucidez do festejado jornalista Alexandre Garcia, que em palestra no Auditório do Hotel de Trânsito/DF, do EB, no dia 19 do corrente, externou ao público presente sua abalizada percepção a respeito do atual contexto político, inserindo nos seus comentos preciosas e reveladoras situações vivenciadas durante sua reta e extensa trajetória profissional.
Simpático, inteligente e transmitindo uma sinceridade que cativou, o Palestrante, afagado por uma platéia atenta e amiga, e que reconhece sua ilibada conduta jornalística, discorreu sobre eventos que presenciou, alguns de relevante importância. Fatos, que ocorreram e ocorrem nos bastidores da Política e do Jornalismo, alguns que registrou com satisfação e outros, lamentáveis, que testemunhou com desprazer e indignação.
O ilustre palestrante abordou um elenco de questões pertinentes ao exercício de sua profissão e com vasto conhecimento de quem com atenção e espirito critico acompanha os caminhos sinuosos e muitas vezes cambaleantes da política nacional, externou percepções, algumas pessimistas considerando – se os mais prováveis cenários que estão se desenhando.
Percebe–se, na visão do Jornalista, não a desesperança quanto ao futuro, mas antes a convicção de que somente uma reviravolta no atual 'status quo' poderia colocar a nação num rumo auspicioso. Destacou, entre outras, a perda ou o desgaste de valores que deveriam nortear a conduta do cidadão brasileiro, lamentando que pouco se faz no sentido de engrandecer o sentimento nacional, a honestidade, a retidão de caráter e os princípios da moralidade, enxovalhados e enfraquecidos pelo vergonhoso procedimento de setores da sociedade.
Destacou as dicotomias que atualmente permeiam a sociedade nacional, período em que estão sendo exacerbadas diferenças de toda a ordem, entre outras, brancos e pretos, ressaltando que, basicamente, para fins eleitoreiros, foram e estão sendo promovidas e alimentadas grandes divisões sociais, enfatizando a que coloca os 'pobres', não contra os ricos, mas, diante do restante da sociedade, que seriam 'os não pobres'.
Inúmeros dados e informações foram apresentados e
salientaram momentos cruciais da política nacional que poderiam, caso não fossem rechaçadas pelo fisiologismo entranhada em diversos segmentos, promover o decantado desenvolvimento e toda uma sorte de mudanças e melhorias primordiais ao resgate econômico e social do povo brasileiro.
Muitas foram as revelações e corroboraram o sentimento de que setores que deveriam ser os promotores do destino maior do Pais, por incúria ou outros interesses menores têm patrocinado lamentáveis equívocos, evidenciando que motivações estranhas truncam vergonhosamente as oportunidades para o deslanche da nação rumo a um futuro minimamente promissor.
A nebulosidade quanto ao futuro foi ressaltada, quando sabemos que em análises atuais, dois renomados centros de estudos estrangeiros, ao projetarem as potências mundiais dentro de 30/40 anos, incluíram entre elas o Brasil, caso o País tenha a capacidade de resolver, em futuro próximo, diversas questões, como as reformas política, tributária, previdenciaria, os juros e a sua precária infra - estrutura.
Teremos capacidade? O passado sinaliza que não.
Em suma, foi uma noite agradável onde convergiram o nacionalismo e o patriotismo, a fé e a esperança de que um dia os valores prevalecerão acima da pequenez dos indivíduos e o bem comum, a conduta moral e a grandeza de espírito terão seu espaço no contexto nacional.
Brasília/DF, 20 de outubro de 2006
Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Vice–Presidente do Instituto Nacional de Estudos e Assuntos Estratégicos (INEA)
Para Assuntos de Soberania Nacional e Amazônia.
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