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Ensaios-->AINDA SOBRE O DIA DOS MESTRES -- 15/10/2006 - 18:23 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

AINDA SOBRE O DIA DO PROFESSOR
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Deveria ser, mas não é. Feriado nacional. Com o brilho de um Sete de Setembro. E com o desfile de nossos eternos heróis. Guerreiros. Ex-pracinhas de uma guerra silenciosa. Contra o “fogo amigo” dos governantes brasileiros. Que não conseguem enxergar a semente do conhecimento que nos dá forças para seguir adiante. O futuro de qualquer nação. A única porta capaz de acabar com as diferenças e as indiferenças.

Mas, infelizmente, não é bem assim. Os professores, como de resto, tudo o que se relaciona com a educação nesse país, estão de “pernas para o ar”. Abandonados à própria sorte. Humilhados, Mal remunerados. Sem condições pedagógicas e recursos adequados às exigências dos novos tempos. O quadro é desolador. Não há o que comemorar.

Os professores, na sua grande maioria, estão de mãos e pés atados. Mãos brancas e vazias de esperanças. Empoeiradas pelo de pó de giz; que esfumaça do antigo quadro negro Às vezes, da pedra verde. Impregnando a sala de aula e os olhos dos mestres. Umedecidos por lágrimas contidas, diante da angústia e do inconformismo por tanto descaso.

Em plena era da informática, nem ao menos um projetor de slides. São poucos os que têm o privilégio de acesso à informática para agregar qualidade ao seu trabalho. Sim, trabalho árduo e quase inútil. Trabalho que, a rigor, deveria ser considerado como missão. Missão nobre. Prioridade das prioridades. Diretrizes fundamentais de qualquer governo com visão e honestidade de propósitos. E não é tarefa difícil e nem de resultados duvidosos. Haja vista os exemplos, a serem seguidos, dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, que acertaram o caminho da prosperidade e do bem-estar de seu povo, pela via do investimento maciço em educação. Países como o Japão, Canadá, Coréia do Sul e, aqui bem pertinho, nosso vizinho, o Chile. Todos experimentam crescimento econômico e social bem superiores aos do Brasil. A despeito de todas as nossas riquezas comparativas. Legado de Deus. E o bem maior: seu povo: criativo, alegre e trabalhador.

Como estão nossas escolas? Principalmente as públicas? Bem cuidadas? Bem equipadas? Não há dinheiro, dizem os governantes. Temos que pagar os juros da dívida externa. Em dia. Tudo pela economia. Tudo pela obsessão e apego à tal da credibilidade. Para quê? Para dar continuidade ao ciclo do endividamento. Verdadeiro descalabro. Montanhas de dinheiro com garantia de superávit primário. Que, pelo tamanho, já é de nível superior. Com mestrado e doutorado no exterior. Enquanto os professores, com salários irrisórios, baixa auto-estima, não têm muito o que fazer em prol da melhoria do ensino fundamental, médio e até superior. Vergonha nacional!

Escolas sem cadeiras, ou com muitas delas quebradas; pelos vândalos e traficantes que as invadem com facilidade, pois não há segurança. Ferindo e matando nossas crianças e nossos professores. Promovendo o pânico e o medo. Mudando o futuro para pior. Escolas de telhados de zinco e de latões. Escolas improvisadas. Com janelas de vidros quebrados. Escolas onde o professor, muitas vezes, faz de conta que ensina. E os alunos, do mesmo modo, fazem de conta que aprendem. O verdadeiro circo dos horrores.

Enquanto o nosso presidente passeia pelo mundo afora. Improvisando a utopia de última hora. Apertando mãos estranhas. Mostrando a face inexistente de seu país. Do milagre do crescimento econômico. Milagre pela metade. Milagre sem distribuição de renda; sem geração de empregos; sem construção ou reforma de escolas. Sem políticas consistentes, efetivas e eficazes de ensino, não há santo que dê jeito.

Enquanto deputados suspeitos de corrupção, aliados do governo, com polpudos salários e privilégios indecorosos, recebem afagos do presidente, que nada sabe, nada vê e nada enxerga à sua frente. Tampouco tem ouvidos para o pipocar da corrupção e dos escândalos que enlameiam o país. Acha normal a prática do Caixa 2, que o Ministro da Justiça, em boa hora, disse ser coisa de bandidos. E os bandidos, ao que parece, são os professores. Que fazem muito mal ao país e aos seus aos governantes, quando ensinam o povo a pensar. A refletir. A procurar novos caminhos. Caminhos que lhes proporcionem um mínimo de dignidade. De justiça e bem-estar social. Caminhos democráticos. Não os caminhos de alguns deputados que respondem a processo político, e quiçá, criminal, por quebra de decoro parlamentar e outros delitos mais graves que teriam praticado no exercício das funções delegadas pelo povo brasileiro. Parlamentares que formam filas na porta do Supremo Tribunal Federal, na tentativa desesperada para evitar ou adiar o que se afigura mais evidente: a cassação e perda dos direitos políticos.

Todavia, parabéns, professores! Um dia este país irá descobrir a verdadeira e única porta de saída para todos os nossos problemas: a educação. Que não passa, necessariamente, pelos índices das bolsas de valores, pelas variações cambiais, pelo valor do barril do petróleo, da moeda americana, pelos “riscos” manipulados do sistema financeiro, pelas intervenções do Banco Central, pelos IPVAs, ,IPCs, CPIs... e tudo mais.



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