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Poesias-->38. METODOLOGIA POÉTICA -- 13/02/2003 - 06:57 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


As cândidas vertigens dos poetas

Transformam-se em terríveis e completas

Vinditas, pelas rimas doloridas,

Apenas nossas trovas, cá no etéreo,

Começam a partir do cemitério,

Que é onde terminaram nossas vidas.



Assim, quando o mortal fica furioso,

Demonstra, na poesia, um certo gozo,

Que a arte dá a ele plenitude.

Nós outros, cá no etéreo, simplesmente,

Devemos dar idéia transparente

De como aquele mal gera virtude.



Por isso, o poetar só é poesia,

Ao transformar a dor em harmonia,

Levando o transeunte a meditar.

Quiséramos que a trova fosse bela,

Mas se só for assim o bem cancela:

Melhor é versejar mais devagar.



Falamos tantas vezes só dos versos.;

Dissemos que se fazem vis, perversos,

Porque nosso trabalho é esta rima.

Quem vive é porque seu ar respira:

Faça com que a poesia aí se insira

E sinta que não muda o nosso clima.



Formosas, as palavras se aglomeram

E as almas dos mortais se desesperam,

No aguardo de uma rima benfazeja.

Então, o nosso tema desilude,

Pois sempre se requer que o mundo mude,

Pelas virtudes que o trabalho enseja.



Quando pedimos aos mortais uns versos,

Queremos na moral vê-los imersos,

Pensando como a vida se faz grande.

Não é para rimar, numa poesia,

Que isso, com traquejo, se faria:

É para que o progresso não desande.



Corremos grandes riscos na viagem:

Os versos só garantem a passagem

De um pouco deste amor aos companheiros.

A estima que se quer comprometida

Exige que se dê, por toda a vida,

Os bens que estipulamos por primeiros.



Assim, a fama está desarvorada,

Que o preço desta trova é quase nada:

Conceitos desconjuntos, rudes rimas.

Porém, o sentimento se reforça,

Que o bem não se perdeu, preso na morsa,

Que é como o coração demonstra estimas.



Serenamente, vamos trabalhando,

Dispondo as rimas fáceis até quando

Esteja um escrevente à nossa mão.

Promessa de trabalho ao infinito,

Pois sempre há quem ouça o débil grito

De quem quer expressar sua emoção.



Esteja disponível o leitor,

Pois não nos cansaremos de compor,

Que é como vemos tudo deste prisma.

Caso deixe a leitura aí de lado,

Será por ter deveras trabalhado,

Que o verso, nesse caso, não se abisma.



Aquele que verseja põe um fim

A todo sentimento vil, ruim,

Pois pensa em cada rima, em cada verso.

Aí, transfere tudo para a vida

E busca, para o mal, uma saída,

Pois, do contrário, sim, é ser perverso.



Se alguma estrofe lhe soou mais falsa,

É que nem sempre a rima se realça,

Adornada pelo amor e pelo bem.

Que fique o sentimento do perdão,

A coroar o lindo coração

De quem não viu o feio e triste trem.



Também Jesus passou por esta plaga,

Porém, quem viu os versos dessa saga,

Que se inscreveram lá nos Evangelhos?

É pena, porque são tão generosos,

Tão nobres os prazeres e os gozos,

Que os jovens que os lêem se tornam velhos.



Não sinta só prazer com a leitura:

Torne a meditação melhor e pura,

Buscando compreender cada lição.

Quisera este poeta dar de si,

Para anotar a rima bem aqui,

Dizendo a cada um: — “Eis seu irmão!”



Fizemos estes versos na surdina

E pouco cá falamos da Doutrina,

Interessados mais em ter sucesso.

Não é o melhor conceito de poesia

E a nossa turma recomendaria

Que se buscasse ler sobre o decesso.



Existem tantos versos consagrados,

Tantos autores mais prestigiados,

Que se prender a nós é vitupério.

Sabemos que a virtude está no meio,

Então, por que ficar no que é tão feio,

Que não chega a servir p’ra refrigério?!



É claro que a modéstia é uma arte,

Mas não foi ela que ficou à parte,

No versejar paupérrimo da gente:

Foi a beleza, como bem supremo,

Porque, p’ra carregar o nosso remo,

Há que fazer esforço consciente.



Chegamos ao final que presumimos

Nem bom nem mau, pois tudo o que sentimos

Vamos passando da melhor maneira.

Quem reconhece que não tem talento

Não voltará, para ocupar o assento,

A menos que o leitor a nós requeira.



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