Diário de um pseudônimo (097)(2006/02/08)
Penfield Espinosa
08/02/2006
Terminei de ler uma biografia de Monteiro Lobato, onde ele dizia que Emília, sua personagem, tinha tido um papel de psicóloga para ele. Psicóloga de botequim, mas ainda assim psicóloga.
Ou seja: José Bento de Monteiro Lobato disse que para ele escrever era terapêutico.
É claro que, sendo Monteiro Lobato um escritor isso de certo modo era de se esperar. Mais do que isso sendo Paulo Dantas, o autor da biografia, isso era ainda mais de se esperar.
Mas vale a idéia: escrever é terapêutico. Pelo menos para mim acalma, organiza idéias e dá o prazer de ter criado algo que talvez até seja bonito. Ou, pelo menos, algo do tipo de coisas que admiro.
Mudando de assunto, a biografia era escrita ao estilo d Autobiografia de Alice B. Toklas -- escrita na verdade por Gertrude Stein na primeira pessoa.
No caso de Monteiro Lobato, isto já havia sido tentado antes -- em uma biografia espírita --, supostamente psicografada.
Talvez o autor Paulo Dantas tenha achado boa a idéia.
Da biografia anterior lembro bem da descrição de Monteiro Lobato, em estilo lobatiano, de sua chegada ao local de trabalho do médium Chico Xavier, cheio de encarnados e desencarnados.
Verdadeiramente marcante, pelo inédito da visão, pelo estilo, pelo tom inesperadamente lobatiano.
S. Paulo, 08 de fevereiro de 2006
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