Pensar... pra quê pensar? Interessante ter o sentido de tudo o que existe em meu redor. O pensar faz-me apreender tal vizinhança e prender tudo dentro de mim. E eu me vejo possuidor daquilo tudo. Proprietário. Dono. Senhor absoluto.
Como absoluto? Se outros também pensam? E apreendem? E prendem também? As mesmas coisas. Que também estão ao redor deles. Como o pensamento pode nos iludir!...
Eu fico rico só pensando... sonhando...elucubrando...
E rio dentro e fora de mim mesmo. Porque sou rico. Porque não preciso de ninguém pra ser rico. Porque ninguém dilapida minha riqueza. Porque meus bens são inatingíveis.
Mas devo vigiar meus pensamentos. Vítimas de minha sensibilidade profunda. Que às vezes deturpam minha inteligência. E enfraquecem minha vontade.
Eles, sim, podem trair-me. E me empobrecer de vez. Se me convencerem de minha inutilidade de vida. De meu não valor. Para mim e para os outros. E eu fico pobre. Sem valores reais dentro de mim mesmo. Zero à esquerda de tudo. Por meus pensamentos.
Bem. Se devo pensar. Que eu pense sempre alto. Sempre à cavaleiro de todos os sentimentos. Convencido de que se existo é porque fui digno de vir ao mundo. E nele tenho uma missão. Que deve ser cumprida. A cada instante que me é dado viver. Em agradecimento ao ser. Ao existir. Ao poder transmitir o ser. E o existir.
Pensar... é bom. Mas eu devo pensar bem. O bem. Pelo bem.