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Ensaios-->SE AS ELEIÇÕES FOSSEM HOJE -- 14/06/2006 - 21:30 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

FALSOS FAVORITISMOS
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Notícias de jornais nos dão conta de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), atendendo representação interposta pelo PSDB e pelo PFL, encaminhara notificação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que Sua Excelência preste, no prazo de cinco dias,. os devidos esclarecimentos acerca dos gastos com publicidade institucional que, segundo os autores da sobredita representação, só nos primeiros quatro meses do ano em curso, as despesas com publicidade institucional e utilidade pública já teriam ultrapassado a casa dos R$155 milhões ( mais da metade do que fora previsto e orçado para todo o ano). E ainda que, segundo consta do SIAFI (Sistema de acompanhamento da execução orçamentária), a maior parte das despesas se deram em razão de propaganda de obras inauguradas, o que estaria caracterizando utilização de recursos públicos com vistas à campanha eleitoral, ainda que de forma subliminar, adotada, nos últimos meses, pelo presidente, com vistas à sua reeleição.

Faz sentido. E deixa dúvidas quanto ao fato de que grande parte da mídia, - em tese, beneficiária direta desses recursos -, estaria, num gesto espontâneo de gratidão, adotando postura positiva em relação ao governo federal, divulgando, com maior veemência, os índices de pesquisas de opinião favoráveis ao nosso mandatário maior, praticando uma espécie de blindagem em relação à Lula. Tudo em detrimento e prejuízo político de seus adversários, notadamente o ex-governador de São Paulo, a quem a imprensa, de modo geral, elegeu como o único adversário capaz de empreender o bom combate nas próximas eleições, passando à opinião pública a idéia de que a eleição majoritária se dará entre o PT e o PSDB. Como se tudo já estivesse decidido. Como se os candidatos de outros partidos não merecessem a devida atenção e o merecido respeito. Numa espécie de “já ganhou”, em relação ao presidente Lula, semelhante ao que vem ocorrendo com a nossa Seleção.

É bom lembrar que jogo se ganha no campo. E eleição, nas urnas. Se não houver “maracutaia” eletrônica, bem entendido. Essa história de que a Taça do Mundo é Nossa, antes das Oitavas de Final, e de que o Lula já estaria com o “Caneco” na mão, ainda na primeira fase do campeonato, não faz o menor sentido. Afinal de contas, não participam da Copa apenas o Brasil e a Alemanha. Nem da eleição, apenas o PSDB e o PT. A rigor, não sabemos do potencial dos demais times. Que podem surpreender.

A Suécia, tida como favorita, não passou do zero a zero contra a desconhecida e debutante equipe de Trinidad e Tobago. A Inglaterra, outra grande favorita, venceu o Paraguai, contando com o inusitado gol contra da equipe adversária. E o Brasil, candidatíssimo à reeleição, mesmo ocupando todos os espaços da mídia, não passou de um magro e chorado zero a zero, frente à razoável equipe da Croácia. Contrariando todas as pesquisas anunciadas, alimentadas com farta propaganda veiculada pela mídia, incluindo bandeirolas, apitos e cornetas que inundaram o país afora.

Se as eleições fossem hoje, dizem as pesquisas, Lula ganharia de goleada. Não acredito. Aliás, tenho até o direito de desconfiar das pesquisas. Não me passa pela cabeça que num espaço de uma ou duas semanas de uma sondagem para outra, o presidente, mesmo sem apresentar nada de novo, pudesse melhorar seus índices em relação às pesquisas anteriores. Não vou ao excesso de pensar em má-fé. Todavia, num primeiro momento, penso que o problema estaria na metodologia utilizada. Seria bom que o universo pesquisado pudesse registrar, de forma clara, o que levou cada eleitor entrevistado a aumentar sua confiança no governo; e quais as razões dessa inusitada mudança de opinião. E que nos fossem explicitados os critérios da amostragem utilizada: gente de todas as classes e níveis de escolaridade? Diferenciados? Em que proporção? E de que regiões do país? Não podemos esquecer que a Estatística, segundo já se disse, é ciência de aplicação matemática que se assemelha ao biquini (maiô de duas peças) das musas das praias: mostra quase tudo, mas costuma esconder o essencial.

Ademais, a troca de um jogador, por si só, , não significa, necessariamente, que o Brasil será beneficiado com essa medida. Há que haver honestidade de propósitos em relação a programas de governo e os demais jogadores. No caso, os senadores, deputados, e até governadores e prefeitos. O presidente, sozinho, não irá resolver quase nada. E se for o Lula, pior, pois alcem de não obter maioria congressual e programas de governo, terá que enfrentar duras críticas em relação ao seu desempenho de primeiro mandato que, diga-se de passagem, não foi esta “Brastemp”como ele imagina.

Se a Copa do Mundo fosse ontem (ou há dias) o Brasil já seria hexacampeão, já nas Quartas-de-Final, com ampla maioria de votos ou de chances, segundo as pesquisas de opinião, em qualquer cenário e qualquer que fosse a Final. Seja contra a Alemanha, Inglaterra, Itália. República Checa, Espanha, Portugal Suécia etc., pois, apesar de tudo, ainda persiste o favoritismo em relação ao Brasil. No entanto, quando se monta outro cenário, incluindo equipes como Trinidad e Tobago, Costa Rica e Costa do Marfim, até então desconhecidas, e considerando os erros evidenciados no primeiro debate da estréia em público pela Seleção Canarinho, a vitória, por certo, não seria tão fácil como se propaga.

Que sirva de exemplo para todos nós, Não apostem todas as suas fichas nas pesquisas. Sejamos bons eleitores. E procuremos nos esforçar para dar o melhor para o nosso país. Façamos como Dida, Robinho, Cafu, Juninho e todos os demais Ronaldos e Ronaldinhos. Vamos pensar no Brasil. No seu povo. No seu sucesso. Aprimorar nosso espírito de equipe, nossa alegria e nossa cooperação em campo. Caprichar no chute, e evitar faltas. Tal como fez o nosso querido Kaka, Só assim ganharemos o verdadeiro Caneco. Só desse modo poderemos, orgulhosamente, sem medo de ser feliz, soprar cornetas e acenar nossas belas bandeiras verde-amarelas.









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