Num muito breve debruçado olhar à volta da capacidade humana em face do 'domínio' que exerce sobre os outros animais, eu já vi um pouco de tudo: gatos no trapézio, cães jogando a bola, ursos a andar de mota, macacos a cavalo, elefantes a soerguerem-se como pessoas, leões a passarem por arcos de fogo, serpentes enroscadas em pescoços, golfinhos com gente no dorso, etc. e etc. ...
Não vi ainda nada de especial com lobos ao vivo. Este bicharôco, parece-me, não gosta nem vai em fitas humanas. Prefere a morte - sei lá se prefere - do que subordinar-se ao chefão máximo da vida no planeta.
Quanto a mim, à actual e maioritária inteligência - aquela que vai conhecendo a vida pela experiência e se satisfaz tão-só com aprender umas ligeiras coisinhas na escola - os tais cuja presunção de felicidade está estabelecida na boa fruição do famigerado quadrado vital - fome, sede, sexo e sono - é melhor, quanto possível, expor-lhe a evidência e esperar que o raciocínio se desenvolva lúcida e coerentemente.
Como estou entre os convictos que, com as religiões e ideologias políticas decorrentes, não acreditam que a humanidade deixe de ser fera como é, ensaio pois as mais diversas formas de pelo menos equacionar o permanecente busílis.
Umas vezes suave (dita boa educação), outras vezes incisivamente agreste (dita má educação), outras vezes, ainda, pela indiferença no corrente deixa andar (quanto a mim a pior das atitudes), tento e intento dar uma mãozinha miolar - presumo eu - com a exclusiva intenção de colocar outrem a pensar de encontro aos limites do mínimo e do máximo, porque considero muitíssimo importante que seja defronte a essa porta fechada que se persista sair ou entrar. É soer dizer-se que 'por linhas tortas escreve Deus direito'.
Dentro desta enunciada perspectiva, faça pois um cliquezinho e passe uma vista de olhos em:
AS CINCO ESTAÇÕES
António Torre da Guia |