Há poucos dias a Presidente Dilma Roussef nomeou os integrantes da Comissão da Verdade para investigar os crimes cometidos durante a ditadura militar. Se essa comissão tiver sucesso saberemos quem matou, onde estão sepultados, e em que circunstâncias foram mortos os brasileiros contrários governo militar.
Atualmente o Congresso Nacional está envolto com os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito - CPMI que investiga o Sr. Carlos Cachoeira, contraventor do ramo do jogo do bicho.
Os principais partidos PT, PMDB e PSDB tem alguns de seus governadores citados em transações pouco republicanas com o Sr. Cachoeira. Cada partido briga aguerridamente para que seus governadores – do Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás não sejam convocados para explicar suas relações com o bicheiro. Cada partido quer convocar o governador do outro e poupar o seu pupilo. Acompanhando a distância pelos jornais e televisão, percebemos um cabo de guerra entre os partidos políticos para não esclarecer as irregularidades do Sr. Cachoeira nem o envolvimento dele com diversos políticos mas para ver quem tem mais poder de se esconder das investigações.
A televisão tem mostrado imagens de parlamentares partindo para a troca de acusações pessoais, e até ameaças de socos para defender seu ponto de vista. Falam alto, esmurram a mesa, levantam-se em posição de combate e quando vem que as câmeras estão focadas neles aí é que se inflamam – em busca do holofote - com argumentos poucos ou nada convincentes.
O holofote é o oxigênio do político. Mas do político com argumentação bem fundamentada, centrado, moderado. O holofote também é o gás carbônico do político. Despreparado, sem convicção de suas ideias, ou que pensa que participando de uma CPI, que eventualmente o mostrará nos jornais da noite, estará garantido nas próximas eleições.
Os especialistas em política tem noticiado que esta CPMI é mais uma que não investigará a fundo os negócios nebulosos do Sr. Cachoeira nem os governadores e outros políticos envolvidos. Ainda afirmam que se a investigação for séria teremos muitos políticos sem mandatos dado o grande número de envolvidos com o contraventor. Está ficando a impressão de que os membros e investigados na CPMI não querem revelar as verdades.
Se a CPMI mudasse de nome e passasse a se chamar CPMI-V – Comissão Parlamentar de Inquérito da Verdade, talvez tivéssemos motivos para acreditar no trabalho dos parlamentares. Vamos aguardar o fim dos trabalhos da CPMI para sabermos se ela trabalhou de verdade.