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Ensaios-->Simplesmente um enorme e gravíssimo problema... -- 06/05/2006 - 00:47 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Presumo que poderei abarcar, na vertente que abordo, a actual humanidade em todas as línguas e a problemática em equação começa a desenhar-se logo que os cios despontam e empreendem as primeiras conquistas amorosas.

Na minha juventude - recordo-me muitíssimo bem - não sabendo patavina do idioma de sua magestade Isabel II, para me armar em pavão ilustre, sem sequer lobrigar que fazia figura de parvo ao quadrado, debitava uns quantos piropos em inglês, quedando-me vaidosamente de peito inchado sob tão ridículo grasnar.

Hoje, após queimar as pestanas até à raiz e bem defronte ao espelho íntimo em que me revejo, deixo-me espontaneamente envolver num sorriso de amarelada decepção e entendo num ápice que a presunçosa vaidade de fingir saber o que deveras não se sabe, fazendo quanto possível por ocultar as nesgas por onde a ignorância se revela, constitui a causa base que atira o meu país para a ponta da cauda da Europa e do Mundo.

Todavia, as autoridades políticas, cambada de sábichões fraudulentos e corruptos - as excepções para salvarem a tranquíla existência quedam-se mudas - pactuam airosamente com futebóis, com fúteis telenovelas de dor-de-cotovelo e par-de-cornos com ida à missa a seguir, permitindo que a devassidão alastre desenfreada, destruindo a honra e a dignidade do tecido social, que abruptamente descamba no mais essencial do redutos da vida humana: a família.

Os políticos, que genericamente vivem em gaudiante paródia, justificam-se, ora com a conjuntura internacional, ora com as fracas habilitações e frágil aptidão dos cidadãos, enquanto as faustosas vivendas com lautos lazeres - pirâmides egípsias - vão surgindo à custa do suor dos tansos que buscam a felicidade dentro de um carrinho para voltear ao redor da miserável ignorância que os habita em permanente cegueira. Tantos deles, que mal sabem andar a pé, espatifam-se em regular profusão contra postes e muros porque de facto não têm capacidade intelectual e psíquica para dominar a engrenagem automóvel. E pasme-se, não há um só que reconheça voluntariamente a sua inaptidão.

Daqui, seja no que for, os sabichões brotam às catadupas sobre as mais diversas actividades. Num só excepcional caso são verdadeiros. Se os mandarmos pilotar uma avioneta monolugar, então, dizem de imediato que não sabem. Pois!...

Para interminavelmente mais do que pano para mangas, como soer é dizer-se, dá o assunto que pende sobre a educação, a instrução e a preparação dos indivíduos para facearem a vida. Há séculos que se desabafa: 'Quem me dera saber ontem o que sei hoje!'. Se isto teoricamente quer dizer alguma coisa, na prática, constata-se que o reconhecimento chega sempre tarde e só quando a velhice e a doença não permitem que se iluda mais alguém.

É a vida, né?!... Eu estou definitivamente convicto que somos nós, principalmente aqueles que se assumem líderes do que não sabem fazer.


António Torre da Guia



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