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Ensaios-->ENSAIO POÉTICO-AMBIENTAL -- 20/03/2006 - 22:28 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ERA UMA VEZ ...
(Por Domingos Oliveira Medeiros)

Era uma vez uma floresta. Exuberante
De árvores densas. De mata extensa
Compactada, de cores mil
Verde-amarelo. Azul e branco
As cores do nosso Brasil.

Era uma vez uma floresta
De fauna e flora gigantes
Gigantes pela própria natureza
Envolta em escuridão constante
De sombras que se formavam das árvores
Refletidas pelas folhas que do céu azul caíam,
Retumbantes.

No chão, o tapete orgânico, os nutrientes, ali jaziam
O alimento ofertado, a garantia da sobrevivência
A troca sagrada. A alquimia,
A noite e o dia, sem pressa, por ali passavam
Ao som da orquestra encantada
Dos pássaros, das águas dos riachos, dos rios plácidos,
Caudalosos e profundos
Sinuosos, em cascatas,
Caminhando para os mares de futuros almejados,
Para mares nunca dantes navegados.

Vez por outra, a floresta amanhecia
Devagar, aos poucos, em pedaços de dias
Reflexos dos raios de sol, por entre brechas e frestas,
Que aproveitavam um cochilo da floresta
E a irrompiam.

Era uma vez uma floresta
Onça-pintada de olhos atentos, amarelados
Passeando no seu chão, desconfiada,
Agarrada nas garras da liberdade,
Então, bem cuidada!

Era uma vez uma floresta
De borboletas, milhares delas,
Hoje pintadas em versos e em cores,
em belos quadros de aquarelas.

Era uma vez uma floresta
O peixe-boi, a ararinha azul e o mico-leão dourado
O boto cor-de-rosa, o ouro enterrado
A tartaruga, a baleia, a mata atlântica
E até a mata do cerrado.
Nada foi poupado.

O jacaré do papo amarelo que o diga, foi desbancado
Pelo maior predador da natureza,
O BICHO-HOMEM,
Civilizado.

Aproveitando alguma brecha ou outra fresta ...
Inaugurou o fim da floresta
Da qual, muito pouco ainda resta.

A poesia já não existe, já não se presta
Para cantar, em verso ou prosa, tanta desgraça
O som da serra elétrica a todos emudece...
Os rios viraram estradas de destino incerto

Caminhos por onde passam os restos mortais do paraíso
Futuros caixões, destino de todos nós, por certo,
Em forma de troncos e pedaços de madeira
A ganância e a insensatez,
Sem limites, sem fronteira.

O fogo abre campos na mata
A moda da economia está na moda...
A soja e o pasto, o novo tesouro,
No jogo do mercado financeiro
De cartas e interesses marcados,
Vale muito dinheiro, um simples besouro.

Vale mais que o às de ouro,
No dizer da canção lembrada,
Situação que fica mais agravada, afinal,
Pelo contrabando das riquezas do antigo reino
Animal, vegetal e mineral.

“Se as vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorriso nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios”

(Fernando Pessoa)

“O contato com a natureza é, em si mesmo, algo profundamente regenerador, assim como a contemplação do seu esplendor conduz à paz e à serenidade.”
((João Paulo II)
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