----- Salvo os anódinos que atulham de confrangente inutilidade as prateleiras da Usina, e esses além da confusão que provocam não fazem mal a mosca, raro é o texto que não pingue fel concorrente aos pódiuns da glória vazia, essa espécie de ovo tão só encascado, sem gema e clara.
----- Punhal por punhal, as palavras tombam dentadas a contorcerem-se de invejidades (sabe-se lá porquê) sobre a florzinha colorida que de quando em vez surge ali e acolá. O desabafo mexeriqueiro é o prato forte que alimenta a sabichonice, parte maior da caserna aonde a soldadesca escritora se acotovela engelhada na baba aflita de mais uns pontinhos classificativos.
----- Desde a mais mesquinha atitude até à habilidade nutrida de esconso e depauperado carácter, na Usina há de tudo e de explosiva sobra: o paladar dos textos fazem enrolar de azedume a língua de qualquer leigo leitor desprevenido.
----- Depois... o português é exímio, denunciador de paciente e maturada erudição, vindo das montanhas aonde os passarinhos fazem cócó sobre as belas maçãzinhas que pendem à cobiça dos passantes.
----- A tragédia humana exala e ribomba através da poeira dos séculos, espectacularmente renovada, e há sempre as inopinadas criaturas recriadas, tipo reaccionário de encomenda, que em nome de Deus, tantas vezes pois, vêm dizer-nos que estamos a evoluir no mais magnífico e sensato dos sentidos, ou contradizer-nos, se nos marimbarmos para o que dizem.
----- De intestinos retorcidos, o desabafo, que é o que deveras é a escrita, sai em crise, dejectando e lambendo Camões.
----- A 5 de Fevereiro, paradigmando Régio, afirmava então: Eu "não vou por aí"!
----- Mas fui e tenho vindo. Prosseguirei pois. Mau ou bom aqui irei. Mal ou bem aqui estarei. E como não sou deveras nenhuma das coisas (há muito que me cansei de enganar os outros) estenderei ou retirarei a mão consoante me tratarem ou considerarem.
----------------- Torre da Guia ------------------