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Artigos-->A esperança é a última que nasce -- 28/02/2002 - 15:00 (Penfield Espinosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É muito curioso o hábito de reler os lugares comuns, pois costuma dar origem a surpresas.

Tome-se o exemplo da frase "a esperancá é a última que morre". Esta frase aparentemente veio da famosa lenda grega de Pandora.

Nesta lenda, narrada a seguir em largos termos, Pandora recebeu dos deuses uma caixa que não deveria ser aberta. Ora, sendo Pandora uma jovem e, mais que isso, uma mulher, não pôde conter sua curiosidade e abre a tal caixa.

Pandora deve ter se decepcionado duplamente, pois dentro da caixa não havia nada de bom, colorido ou brilhante: era uma caixa metafísica. Além disso, dentro da caixa havia muitas desgraças ou demônios, como o ódio e a inveja que -- esta é uma lenda -- passaram a assustar os humanos.

Para consolo da desperada Pandora, que não pode conter a saída das desgraças, surge por último, da caixa, a Esperança.

Como é de se esperar, em se tratando da Esperança, esta dirigiu a Pandora arrependida palavras de consolo. E -- é difícil evitar o trocadilho -- de esperança...

Esta diz a Pandora que, mesmo depois de todas desgraças, ainda restava a esperança.

Donde saiu a famosa frase "a esperança é a última que morre".

Contudo, o que a história parece contar, na verdade, é que depois de virem as desgraças é que vem a Esperança.

Isto tem a ver com a situação pessoal: todo aquele que é atingido por desgraças, pode, apesar de ter passado por elas, fazer surgir a Esperança. É como se, para ter esperança, fosse necessário passar pelas desgraças.

É o que diz o título deste texto, uma interpretação literal da lenda. Apenas pode ter esperança aquele que passou por alguma desgraça, não importa qual seja ela. Pode até mesmo ser a desgraça do tédio.

Afinal, a esperança é uma confiança na possibilidade de melhora.

Quem não passa por uma desgraça não precisa querer que as coisas melhorem. Pode mesmo querer que melhorem mais ainda, mas a isso se deve chamar otimismo ou talvez até de confiança no futuro.

Quem tem de ter esperança é quem foi amaldiçoado por uma desgraça e pouco tem que possa causar otimismo. Ao contrário, vê presentes apenas a desgraça -- ou uma pluralidade delas -- e, contra toda a relidade, por teimosia passa a ter esperança em dias melhores.

Há uma frase espírita que é bastate expressiva sobre isso:

Tentado à permanência nas trevas, dirige-te para a luz.

(Chico Xavier, Religião dos Espíritos)


É claro que, diferentemente da lenda de Pandora, nem sempre a esperança nasce -- por último ou não. Muitos, a maioria dos desgraçados, sucumbem à tristeza ou ao desânimo. Tanto deles vão ainda mais fundo, a algum tipo de suicídio, explícito ou não, rápido ou lento.

Assim, o nascimento da Esperança há de ser saudado com todas as luzes de disponíveis de alegria. Muitas caixas de Pandora vêm, metaforicamente, com algum defeito de fabricação e não trazem a possibilidade da esperança com elas.

Que as desgraças que algum dias nos sobrevierem venham em uma embalagem completa.
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