DO CÍNICO PARA O AMOR
Como Bocage em poesia
Forjaz Sampaio também
Por prosa que acendia
Para se ver mais além
Tal fazia ainda aquém
Diógenes pela candeia
À procura em sã ideia
De homem tido honesto
Aliás tantos de resto
Que a história nomeia
Eu cínico em boa veia
Outrossim sonho igual
Mas no deserto afinal
Só se me depara areia
E sequer oásis medeia
Onde ser assim resida
Para em fé agradecida
Honrar e enfim render
Singelo o meu parecer
Uma só vez nesta vida
António Torre da Guia
PS = Se porventura conhece autor ou autores que tenham produzido idêntico esforço no domínio do versejo, desde já agradeço informação. Eu estou persuadido de que não há.
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