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Ensaios-->Ah... Foi conquista ... E que conquista !... -- 08/01/2006 - 16:20 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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- AH... FOI CONQUISTA !...

Quando Vasco da Gama, em 1499, retornando glorioso da Índia a Portugal, traz consigo uma preciosa carga de porcelanas, sedas, tapetes e especiarias, o que desde logo garante grandes proveitos à Coroa portuguesa, a euforia náutica empolga novos cometimentos e imediatamente uma outra expedição é posta em marcha, cujo comando foi entregue ao almirante Pedro Álvares Cabral.

A esquadra saiu da praia do Restelo, em Lisboa, no dia 9 de março de 1500, constando levar destino a Calicute e quiçá persistindo ainda na senda dos fabulosos tesouros da Índia. Seu objectivo, desta feita, teria em vista estabelecer uma feitoria, espécie de entreposto comercial, e fazer acordos com a soberania local que permitissem momopolizar o comércio por parte de Portugal.

Pedro Álvares Cabral, vivente de 1467 a 1517, era o segundo filho de uma abastada família, então conhecida pelos senhores do Castelo e das terras de Belmonte, na Beira-Baixa, de grande consideração e relevo entre a nobreza dominante, oriunda de cavaleiros e aguerridos mercenários que tinham conquistado terras e títulos na luta contra os muçulmanos e, logo no período adiante, nas guerras travadas para afastar Castela, donde adveio a ascensão da Casa de Aviz ao trono português.

Pedro Álvares, menino com 11 anos, começa a frequentar a corte e aí estuda literatura, história, ciências, cosmografia e exercita sobretudo artes náuticas e militares. Ainda muito jovem, com apenas 16 anos, é considerado fidalgo da corte de D.João II. No sequente reinado de D.Manuel, passando a integrar o Conselho do Rei, é admitido na Ordem de Cristo, uma inestimável distinção entre os nobres, e é-lhe atribuída uma pensão anual pelos seus méritos. Aos 33 anos é solicitado para comandar a segunda expedição à Índia.

Depois de alcançar terras brasileiras, retoma a rota de Vasco da Gama, aporta em várias reinos africanos e estabelece relações com os poderosos chefes locais. Chega enfim a Calicute em 13 de Setembro de 1500. Ao voltar a Lisboa, dia 6 de Junho de 1501, foi heroicamente aclamado pelo povo, mas sua glória é de muito pouca duração. Desentende-se com o rei sobre o comando de uma iminente expedição à Índia, programada para 1502. Vasco da Gama é então designado para chefiar a esquadra e Cabral deixa-se eclipsar no cenário político que se seguiu.

Todavia, no que ao Brasil concerne, Cabral comandou a maior e mais bem equipada frota que zarpou de portos ibéricos naquela época. Com dez naus e três caravelas, congregou 1.500 homens, o que equivalia a cerca de três por cento da população de Lisboa, que na altura rondava os 50 mil habitantes, algo de enorme que só um entusiasmo fora do comum poderia concitar.

As diversas tripulações foram constituídas por representantes da nobreza, comerciantes, artesãos, religiosos, soldados e alguns condenados a degredo. Também participou da expedição um reputado banqueiro florentino, um tal Bartholomeu Marquione, elo de ligação entre a Coroa portuguesa e Lourenço de Medici, poderoso senhor de Florença. É esta expedição que descobre ou acha o Brasil no dia 22 de abril de 1500. Gritou o gajeiro, em português, claro: - Terra à vista !...

A esquadra incluía alguns dos mais experientes navegadores da época. Um deles era Bartolomeu Dias, o primeiro nauta a contornar o Cabo da Boa Esperança e a descobrir a passagem marítima para a Ásia, em 1485. Outro importante elemento foi Duarte Pacheco Pereira, citado pelos historiadores como um dos mais completos cartógrafos e pilotos da Marinha portuguesa naquele tempo. Bartolomeu Dias não logra chegar à Índia, dado que morre quando seu navio naufraga ao cruzar o Cabo da Boa Esperança, mais ou menos no mesmo sítio onde grangeara fama 12 anos antes.

Por muito tempo, o descobrimento do Brasil, ou achamento, como regista o escrivão Pero Vaz de Caminha, é considerado obra de simples acaso, resultante de um imprevisto desvio de rota. A partir de 1940, vários investigadores brasileiros e portugueses passaram a defender a tese da intencionalidade da descoberta, hoje amplamente considerada, mas ainda polemicamente rebatida por intencionalidades que demonstram muitíssimo curta inteligência.

Os historiadores argumentam que, no final do século XV, Portugal já conhecia a existência de uma grande área de terra firme a oeste do Atlântico. Pode ter sido avistada e sondada pelos navegadores que transitaram nos mares a sul do Golfo da Guiné. Até ao Golfo, as correntes marinhas apresentavam tendência descendente e era possível fazer uma navegação costeira. Do Golfo da Guiné para baixo, as correntes invertiam-se, o que obrigava, para atingir o sul da África, a derivar no afastamento da costa, por forma a evitar evitar os ventos e as tempestuosas correntes que ali convergiam - corrente de Benguela - navegando para ocidente até lograr a dita 'volta do mar', hoje designada por corrente do Brasil.

O primeiro a conseguir o desiderato foi Diogo Cão, em 1482, seguido depois por Bartolomeu Dias e Vasco da Gama, ao contornarem o cabo da Boa Esperança, mostrengo assaz diabólico que a imaginação dos nautas menos temperados adensaram de fantasmagórico medo.

Em 1498, o rei D.Manuel encomenda ao cosmógrafo e navegante Duarte Pacheco Pereira o percurso da mesma rota que Vasco da Gama tinha usado a fim de explorar a chamada 'quarta parte', ou seja, o quadrante oeste do Atlântico sul.

Descobrimento ou achamento do Brasil, eis a questão! Questão?... Sim, questão apenas para aqueles que até se esquecem que estão com os pés sobre o antanho feito, ou, tão-só problema esconso que domina sub reptícios raciocínios. Cristóvão Colombo, após depor o célebre ovo na vertical, interrogaria: 'Mas então, meus senhores, descobrimento e achamento não será a mesma coisa? Afinal de contas quem foi que achou? Também se diz que fui eu... Cá pra mim, não foi uma coisa nem outra. Como a evidência demonstra, foi conquista... E que conquista!...'

António Torre da Guia

COM SOM PORTUGUÊS !...

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Cabral?... Oh... Foi apenas o começo
Que de pé em terra abriu o caminho
Ao sonho que além do pergaminho
Se tornou real e à alma deu acesso...

Milhões de vidas voltadas do avesso,
Infortunados amores de jamais amar,
Enlaces de carne, paixões de matar,
Poemas que não sei, mas estremeço...

Dom Pedro IV, rei que enterneço,
Senhor da liberdade, mão que semeou
A seara-língua que em gente se fez...

Descoberta, achado, ideal sem preço,
O Brasil avante... De tanto que amou
Diz 'I love you' com som português !...

& 9829; * & 9829; * & 9829; * & 9829;

António Torre da Guia


Som = Elis Regina em 'Upa Neguinho'
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