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Nossos níveis energéticos
a ciclos estão sujeitos,
também. Ora são patéticos,
ora são quase perfeitos,
mas nunca são cem por cento.
Ora estamos ativos,
ora em tom sonolento,
umas vezes criativos,
outras vezes, estagnados,
como fragata sem rumo,
marinheiros naufragados,
como laranja sem sumo.
Poderá ser um "ciclinho",
poderá ser um "ciclão",
demorar um "instantinho",
demorar um "instantão".
Muitos males que passamos
vêm de ciclos mais fracos,
e deles fundamentamos
os novos balacobacos.
Ocorre renovação
quando não nos entregamos,
não nos identificamos
com o que mentalizamos
para, compulsivamente,
fazer coisas sem parar,
querer, exteriormente,
nosso valor consagrar.
Isso impossibilita
aceitar a energia
baixa, que gravita
e quer ver sua magia
no corpo bem renovada.
Mas, como nós não paramos,
ela força tal parada;
quer que nós adoeçamos,
pra, então, nos empenharmos
em nossa renovação.
Mas, se nós considerarmos
que cada ocasião
resulta da natureza
cíclica do universo...
cada ciclo, com certeza,
não tem nada controverso,
tem estreitas ligações
com a tal impermanência
das coisas e situações.
Buda, com clarividência,
fez disso parte central
de todo ensinamento:
"Todo circunstancial",
diz, no seu discernimento,
"é altamente instável
e tem um fluxo constante."
O que é mais constatável,
pois em tudo é marcante,
é que a impermanência
é própria da circunstância,
faz parte da ocorrência;
em tudo há claudicância.
Toda circunstância muda,
desaparece, ou deixa
de proporcionar ajuda,
prazer, ou alguma queixa.
Jesus também ensinou
que a terra era cheia
de tesouros, e mofou,
tem traças e muita teia.
"Boa" é a circunstância
que a mente avalia,
e dá muita relevância;
apega-se e confia
em um relacionamento,
ou uma propriedade,
a um social evento,
um lugar, uma cidade,
ou uma forma humana,
ou um papel social.
Julgando-se bem bacana,
ela gera cipoal
ao se identificar
com a circunstância "boa".
Você vai ter bem-estar,
pensar que não foi à-toa
que deu duro pra valer
para ser quem você é,
ou pensa que pode ser;
bota nisso muita fé.
Mas isso muito não dura
na dimensão do pensar;
onde traça tudo fura,
em ferrugem vai findar.
Tudo finda ou se muda:
o que era ontem bom,
de repente, "Deus, acuda!"
Já não tem o mesmo tom.
O próspero atual
torna-se logo oco.
Hoje é feliz casal,
amanhã, atrás do toco,
cada um divórcio quer,
ou apenas tolera
o máximo que puder,
convivendo na tapera.
O pensar que já perdeu
qualquer coisa, que sumiu
o que sempre era seu,
isso nunca consentiu
a mente. Ela resiste
a qualquer uma mudança.
A mente nunca desiste,
só pensa em abastança.
Há pessoas que se matam
ao perderem a fortuna,
ou quando alguém as delatam
por roubarem da comuna.
Esses são casos extremos.
Outros, quando algo perdem,
sofrem males supremos,
e suas vidas disperdem.
Não conseguem distinguir
da situação de vida
— situação a curtir —
sua verdadeira vida.
Há quem morre aos oitenta;
reclusa, inteiramente,
e sentindo-se nojenta
ao envelhecer, doente.
Quando jovem era linda.
A identificação
com a beleza, que finda,
faz disso sua paixão.
Apegou-se à instável
circunstância de beleza.
No início, foi notável,
agora é só tristeza.
Se tivesse acordado,
com seu eu interior
conectado, religado
ao Ser, fonte de amor,
onde forma não persiste,
onde tempo não se conta
e consciência existe,
sua beleza, tão tonta,
aceitaria perder,
com paz e serenidade.
Veria se converter,
sua grande vaidade,
noutro tipo de beleza:
espiritualidade,
sua suprema defesa,
no estertor da idade.
Mas ninguém a instruiu,
ela não viu o bastante,
só pensou, não distinguiu
a vida, do circunstante.
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