TRAÇOS
Vendo os braços levantarem
Do vento arrancando aplausos
A cada passo dado sobre a fronte
E ao olhar imóvel e teso
Entre as pernas que encerram
Prendendo o tesouro em grades
São as mãos que se vão desentendendo
De tanto que se estapeiam
Pelos porquês do escuro radiante
Que aos poucos se desvendam no mexer
Encantos de um sonho arrebatado
Escancarando-se, queimando em todo o lugar
Mar sem fundo em convulsão oferecida
Clamando em eco um furor que estarrece
A extravagante, curiosa e bela
Fruta saborosa no cio
Um espetáculo à parte
Tal objeto de arte
No quadro de um deserto
A sede e o oásis
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