Usina de Letras
Usina de Letras
297 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62165 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22531)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50574)

Humor (20028)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4754)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140790)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->33. DE IMPROVISO -- 08/02/2003 - 08:33 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Estávamos contente co’o feriado,

Pois íamos folgar um dia inteiro.

Aí, veio este aviso: — “Vai ligeiro,

Que o médium há de estar interessado.”



Pensei na redação: — “Então, requeiro

Um tempo, até que esteja preparado” —,

Pois, ao levar notícias deste lado,

Sempre parece que se é o primeiro.



Assim, este soneto de improviso

Tem de provar que temos mais juízo,

P’ra não desanimar o bom leitor.



Como a paz deste povo transparece,

Transubstanciaremos nossa prece,

Agradecendo o verso ao Criador.









Nosso escrevente insiste com a gente,

Sabendo controlar-se, felizmente,

Pois pega a rima devagar e certa.

O compromisso que nós dois firmamos

Preserva os frutos verdes nos seus ramos,

Para mantermos nossa via aberta.



Caso não dê p’ro verso, numa tarde,

Vamos pedir que sempre nos aguarde

No outro dia, para a rude rima.

De afogadilho, o verso sai mais torto,

Ainda mais, se o sentimento é morto,

Que a inspiração a rima é quem sublima.



Nesse outro dia, chegaremos cedo,

Para poder ditar, sem muito medo,

Que a imantação se venha a perturbar.

Caso o trabalho seja sério e rude,

Não há motivo p’ra que o tema mude:

Basta algum ponto do evangelho dar.



Se a nossa rima esteve por um fio,

Também nos vale o tom de desafio,

Com que se testa a farta inspiração.

Ao demonstrar aqui, junto a esta mesa,

As jóias mais brilhantes da riqueza,

O verso não se farta: falta ação.



Brincadeiras à parte, o verso rola

E o caro médium sempre nos controla,

Ao exigir de nós severo trato.

Bate com os dedinhos insistentes

E julga os temas muito inconsistentes

E sente as rimas fora do contrato.



Sustenta que o improviso é improdutivo:

Não é do Cristianismo Redivivo

Trazer aos encarnados tanta droga.

Supõe que a turma seja “da pesada”,

Que não se há de aproveitar mais nada,

Pois quem caiu no mar afunda e afoga.



Caso tenhamos cá um bom sucesso,

Que as rimas, num crescendo de progresso,

Se ajustam para o efeito da poesia,

Demonstraremos, ao sair do enrosco,

Que Jesus Cristo está também conosco,

Caso contrário, nada se faria.



Não lhe parece lógico o poema,

Nesta humildade trágica, suprema,

De quem se reconhece muito pobre?

Então, não fira o coração no espinho,

Embora seja o verso tão mesquinho,

Faça com que o temor do mal se dobre.



O protetor do médium não daria

Nenhuma chance a quem quisesse, um dia,

Vir perturbar o seu trabalho aqui.

Dizemos isso pleno de vaidade,

Porque nos acusar ninguém mais há-de,

P’ra não dar de raposa ou jabuti.



Vamo-nos recolher, que já é hora,

Porque a rima reflui e mais descora,

Quanto mais apressado for o verso.

Este é o exemplo típico da “Escola”,

Pois parece que a trova não decola,

Se o combustível não queimar, perverso.



Esteve muito tenso este escrevente,

No início do trabalho, quando a gente

Falou em “improviso” e em “folgar”.

Agora se consola com a rima,

Demonstrando que sempre teve estima,

Permanecendo atento, em seu lugar.



Senhor, fazei do verso a melhor prece:

Nossa alegria agora transparece,

No resultado do poema em festa.

Abençoai o povo entusiasmado,

Enviando um poeta bem dotado,

Para curar-lhe a dor que ainda resta.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui