Há suposições que atravessam o espírito E certezas cheias de devotação Aceita e segue-as Ou deleita-se pela natureza indagadora Na perseguição do seu destino Que se desenha na verdade concreta Isenta de misticismo de qualquer espécie
É na verdade uma singular revelação Sempre que me pego escrevendo pelas manhãs Ao sabor do romper da aurora um quadro
Uma enorme mangueira enquadrada na mesa Através de um buraco propositalmente esculpido Do qual ladeiam as abas do ipê entalhado Que vai dar nos bancos, e a copa se estende em torno E esses bancos fazem as curvas, e são inteiriços Por entre os taludes que se sobrepoem ao ‘deck’ Em formas de variadas outras árvores Por onde se divisa ao fundo e perdidamente Mergulhada no vapor leitoso que paira Como um algodão que às vezes flutua Quando é raiar do dia pelos vales E adivinha-se bem ao longe Um róseo reflexo de rústicos amantes Que tanto se aproxima da vontade Tanto subjuga, que se torna realidade Miguel Eduardo Gonçalves portalnet/jethro tull/alung