É isto a sétima arte? (Publicado em Março/2001, jornal "A PALAVRA" da Universidade Candido Mendes,RJ).
Distribuição para todos os Continentes, grandes produções, milhões de dólares investidos, atores consagrados, mídia... O que falta ‘as produções “hollywoodianas”? Como pode esta industria milionária perder seu prestigio mundial?
Grande parte dos leitores desta coluna, devem ter ficado acordados até altas horas há alguns domingo para ver o Oscar. Mas para quê ? Para ver a Julia Roberts exibir seu majestoso vestido, a Catherine Zeta Jones sua jóias, o “fulano” de tal se está bem, gordo, velho... Na verdade, esta é uma festa do glamour, da elegância, da prepotência americana obscurecendo seu real sentido, a premiação de uma boa obra de arte cinematográfica. Para atores e concorrentes é possível que haja este pensamento, mais para a maioria dos espectadores a futilidade é o mais importante.
Nesta edição, surpreendente ou não, foi registrado um dos mais baixos índices de audiência em sua história. Seria porque, somente poucos filmes locais estariam concorrendo aos principais prêmios da noite? Desta indagação faço uma analogia tão conhecida na propaganda brasileira: “Tostines é melhor porque é fresquinho, ou é fresquinho porque vende mais?” De fato, não havia filmes americanos, pois até eles, espero, estão se convencendo que um bom roteiro, um bom texto, uma obra inteligente, ainda são “graças ‘a Deus” elementos mais importantes que os efeitos visuais e tecnológicos milionários de suas produções.
A festa do Oscar, reflete nada mias nada menos, o supérfluo de suas produções. Sem conteúdo o cinema, aclamado como a sétima arte torna-se lucrativo e insignificante.
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