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Ensaios-->BRASIL:- REVENDO A FARSA TRÁGICA -- 06/10/2005 - 15:27 (FERNANDO HENRIQUE OLIVEIRA DE MACEDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BRASIL:- REVENDO A FARSA TRÁGICA
(DOS PRETEXTOS FORMAIS, DAS AÇÕES ERRADAS E DOS PREJUÍZOS REAIS)
Por Fernando H. O. de Macedo

O Brasileiro parece ter essa estranha propensão a se enganar, e a ser enganado, com trágica facilidade. Parece que nossos cérebros de ... XUXU (para não plagiar o repolho de ninguém!), além de se atrapalharem com a língua (o maldito Português, falado, aliás, pe-los povos mais atrasados da Europa Ocidental, África e Ásia), ainda mostram ter, também, uma danosa tendência a não digerir bem a Lógica conseqüencial, subjacente, material e real das coisas.
Ao que tudo leva a crer, e infelizmente, Pragmatismo é algo que parece não fazer muito sen-tido para nós. Temos um amor incondicional por idéias, valores e ideais preconcebidos (chavões esses só aparentemente lógicos, consistentes e veraciformes):- tudo, porém, combi-nado com um profundo DESCASO pelos fatos reais (conseqüentes às tais idéias), bem como pela análise crítica (imparcial, objetiva e eqüidistante) daquelas conseqüências con-cretas e tangíveis que essas mesmas (e inebriantes!) idéias acabam por produzir na prática.

Assim nos ocorre, por exemplo, no campo das chamadas ideologias:- temos a tendência (deletéria!) de nos entregarmos a elas, sempre apaixonada e incondicionalmente (assim como se de Religião se tratasse!); ou então a de entregarmo-nos às suas antíteses:- num e noutro casos apenas mercê do fato de terem tais idéias (ou seus contrários) logrado conquistar, aprioristicamente, nossas simpatias; e isto sem, porém, que nos preocupemos, jamais, em analisar e sopesar (fria e objetivamente) aquelas conseqüências concretas que, neste País, ditas idéias acabam, de fato, por produzir.
É o nosso atávico amor (incondicional) pelo dogma mágico, sempre deslocando para escan-teio a avaliação objetiva daquele fato concreto que dito dogma aqui produziu. É, também, o amor à ética (teórica) das CAUSAS, aliado ao descaso (irresponsável) pelas CONSEQÜÊNCIAS concretas. Destarte, basta que algo pareça, a priori, ser lógico, bom, consistente e veraciforme, para que nos entreguemos a ele; ou até para que o combatamos radicalmente:- num e noutro casos, porém, sem que tenhamos a menor preocupação com o estudo daquelas conseqüências concretas finais que, neste País (ou seja, sob as condicionan-tes específicas aqui presentes), esse “algo”, ou seu “oposto”, acabem por produzir na práti-ca. É a nossa triste herança dos tempos pré-Socráticos (VII Século A.C.), quando os Sofistas davam as cartas.

Foi assim, por exemplo, com a antinomia “Segurança Nacional versus Perigo Vermelho”:- entre 1963 e 1985, a pretexto de se assegurar aquela, ao mesmo tempo man-tendo-se este último a uma distância reputada segura (?!...), o que acabamos por produzir, na prática, foi, por um lado, a entrega (inconseqüente e irresponsável) dos Recursos deste País ao Capital Multinacional, o qual, “muito grato”, e a troco da ilimitada exploração que fez (sempre nos seus próprios, e únicos interesse e benefício finais) das nossas riquezas natu-rais, energéticas e humanas, acabou por nos legar apenas alguns parcos equipamentos, proces-sos produtivos e gerenciais, além de bens finais OBSOLETOS, nenhum deles mais passível, per se, de utilização, nem de venda a terceiros, em seus próprios e respectivos países de ori-gem:- o que colocou o Brasil na dubiamente honrosa posição de Museu, quando não na de “cloaca tecnológica do mundo civilizado” (paraíso do Fusca, do Opala e do Toyota...).
Por outro lado, e agora apenas para satisfazermos ao nosso próprio conceito (infantil tanto quanto tacanho!) de “nacionalismo”, também entregamos outra enorme parte, daquelas mesmas riquezas retro citadas, ao capital e gerenciamento estatais nacionais que, afinal, por jamais terem sido obrigados a produzir lucros tangíveis (fora, portanto, do falacioso con-ceito da vantagem “social” – intangível), acabaram foi por produzir uma intolerável “dose cavalar – industrial” de embromação, de engodo espúrio, e daquelas chamadas vantagens “sociais” e “nacionais” (todas elas de natureza meramente virtual, jamais real), além de um vastíssimo cabidismo – de – emprego politicamente institucionalizado, exclusivo de uns (e excludente de outros):- empreguismo espúrio esse, porisso mesmo, socialmente danoso, além de patrimonialmente prejudicial, porque auferido a débito (de toda a Sociedade!), one-rando o seu passivo sem fortalecer o seu ativo.

Acreditava-se (alguns pia e sinceramente), então, que, dessa maneira, “tudo estaria bem”, já que, afinal, o Brasil ficaria (não obstante suas perdas materiais imediatas), livre de Comunismo (?!...), além de inserir-se no (sacrossanto!) Sistema Geopolítico Oci-dental. GRANDE COISA!:- o que então a ninguém ocorreu perceber foi a constatação (simples!) de que dita inserção se operava pela porta... dos fundos, colocando-se o Brasil na condição pouco invejável de “sócio” (?) minoritário desse “Clube” Internacional, porém PRIVADO, indubitavelmente, de qualquer laivo de direito a voto, mesmo naquelas decisões referentes ao seu próprio destino (econômica e politicamente considerado!!!).
Vimo-nos, dessarte, como que (moralmente!?...) compelidos a importar, para (indesejável!) “consumo interno”, e regada a sangue pátrio, a pior parte da Guerra Fria:- a qual, de resto, nem mesmo era “briga nossa”. Assim, 19 anos após termos saído da 2ª Guerra (tampouco nossa!), acabamos sendo levados a entrar, também, numa ... Fria!!!...; e o brasileiro ainda se considera ser... esperto!!! .
E como, aliás, então dizia o filósofo Juca Chaves:- enquanto os idiotas aplaudiam a medida, o Povo (sem comida), e a Classe Média (sem instrução superior suficiente, nem perspectivas tangíveis), engolia a tal lorota... dos “patriotas” (?).
A máscara só caiu (e a verdade só pôde ver-se inteiramente exposta), quando o mercado fechado (que antes premiava, com espúria exclusividade, os produtores de obsolescências “nacionais”) viu-se substituído por outro cartel, que geria outro mercado fechado:- o dos importadores de bens estrangeiros (não – obsoletos), mas que tornavam inviável, porisso mesmo, a produção nacional (por exemplo a de produtos têxteis).

Já em nome do (Arthuriano!) combate direto ao Comunismo, acabamos foi por criar todo um paranóico estado de guerra interna, em cujo contexto cidadãos brasileiros foram torturados e mortos “em ambos os lados da cerca”; e isto ao mesmo tempo em que reforçamos (aliás como nunca antes, mesmo na época do Segundo Império!), a propriedade e gerência ESTATAIS dos meios de produção:- traço este típico das economias SOCIALISTAS; o que criamos aqui, então, foi um PARADOXO (tão insano quanto mo-numental!), impensável, portanto, à luz de qualquer boa lógica, de qualquer coerência sa-dia, já que consistia ele em destruir, ou neutralizar, os brasileiros Comunistas, concreti-zando porém, no campo econômico, exatamente aquilo que o Comunismo preconizava em teoria, com o fortalecimento de nossas Estatais já existentes, aliado à criação de novas Es-tatais.

Atualmente, e agora a pretexto da consecução do “resgate das liberdades de-mocráticas, há muito esquecidas, sonegadas e negligenciadas”, acabamos, na prática, foi por incidir num erro igual (apenas porém agora em sentido dialeticamente oposto), qual seja, por exemplo, aquele consistente em substituir a entrega do País às multinacionais, pela sua (mesma!) entrega ao poder e influência das O.N.G.s, estas últimas, não raro, atuando como meras “testas-de-ferro” das primeiras!...:- le plus ça change, le plus c’est la même merde!!! (ou melhor – e agora em bom Português:- “ só mudam algumas moscas”). E o MST, e que-jandos, estão aí para demonstrá-lo, a toda contraprova.
Ainda no plano interno, sucateamos nossas Estatais (cuja construção tão caro nos custara!), para a seguir entregá-las barato a capitais e grupos estrangeiros, A PRETEXTO da construção de “um Estado mais leve, ágil e eficaz”, bem como a pretexto (novamente!), do “pagamento” de uma Dívida Externa impagável; e impagável inclusive porque nossos credores podem, com leonina exclusividade contratualmente assegurada, im-por-nos “spreads” e taxas-de-juros VARIÁVEIS DIA-A-DIA, e, porisso mesmo, capazes de:-

a-) por um lado, “enxugar” (e direcionar para si, credores!) todo e qualquer lucro que pos-samos vir a auferir com a venda de nossas Estatais, e/ou com a licitação internacional da exploração de nossas jazidas naturais (petróleo, minerais, água, etc.); e

b-) por outro lado, fazer-nos sair (desse engodo contábil escuso, ambíguo, espúrio, irreal, desleal, maquiado, ilegítimo e paradoxal) ainda mais pobres, e cada vez mais devedores.

Já em nome (ou melhor:- a pretexto) de nossa inserção no atual processo de globalização, e de aberturas econômica e política (e sem que nos perguntemos SE isso será, ou não, na prática, BOM para nós!), acabamos foi por inviabilizar nosso próprio parque industrial privado, além de termos sucateado nosso próprio Setor Estatal (de bens e servi-ços), para depois vendermos barato este último, a grupos estrangeiros, com financiamento estatal brasileiro, e a juros simbólicos. TANTA incompetência só pode estar dissimulando MUITA corrupção, já que não é sequer plausível que a verdade final, subjacente, seja outra que não essa!!!... .

Some-se, a tudo isso, a promulgação, em 1988, de uma nova Constituição (inú-til porque inexeqüível em mais de 70% de seu texto “vigente” - ?!...):- fruto espúrio esse de uma auto-proclamada “elite” (??...) política plasmada no emocionalismo da demagogia barata (e burra!), incompetente e irresponsável, e que, entre outras coisas, elevou ao nível jurídico-institucional máximo, POR EXEMPLO, a obrigação, imponível aos professores, no sentido de verificarem a presença efetiva de seus alunos em classe, fazendo-lhes a chamada (vide Art. 208, § 3º, da ora “vigente” Constituição Federal); ou seja, como se tal providência fosse, só per se, central e vital para a solução final do problema educacional neste País!!!... .

Em Suma:- Seja mercê de qualquer dado pretexto (p/ex. “Segurança e Desen-volvimento Nacionais”, et caterva), seja mercê do seu exato antípoda (v.g. “o resgate (?) da cidadania, da liberdade e da dignidade nacionais perdidas”, et cetera), o fato que conta é o de que, por fas ou nefas, o Poder e Interesses estrangeiros SEMPRE acabam por encontrar mei-os de assegurar seu acesso contínuo e ininterrupto aos Recursos e Riquezas do Brasil, sem-pre, ademais, logrando fazê-lo “a troco de banana” e/ou de um discurso tão “lógico” (e vera-ciforme!), quanto falso e sofismado, nem porisso menos eficiente e apto que se mostra ser, porém, a cooptar brasileiros:- mais, ou menos, inocentes e simplórios; mais, ou menos, úteis; mais, ou menos, sinceros; mais, ou menos, corruptos.
Não obstante, o Brasil segue sendo um País multiracialmente integrado; e, como tal, somos tudo aquilo que o Primeiro Mundo teme (e odiaria!) se tornar:- e é exatamente porisso que eles não nos querem ter em seu meio; e, muito menos, numa condição, efetiva e real, de seus pares. Preferem eles ter-nos apenas e unicamente naquela condição (subalterna!) de fonte, barata!, de Recursos e Matérias Primas, bem como na de mercado cativo para os produtos industriais obsoletos, oriundos do mesmo Primeiro Mundo, porém aí não mais vendáveis, ou seja:- mais ou menos naquela mesma condição (guardadas aqui as proporções e adaptações devidas) que China e Índia efetivamente representaram, até cerca da metade do Século XX, para a Inglaterra; e, em menor escala, também para os demais “parceiros” (e concorrentes!) ocidentais desta última.
É exatamente este o sentido em que a chamada “Globalização” nada mais representa, além de eficientes e eficazes Instrumento e Forma pós - modernos de Colonialismo (mascarado, mas não mitigado!), ademais concebido, implementado e concretizado no interesse único, exclusivo e final do Primeiro Mundo (e jamais no nosso próprio interesse!).

A culpa, por tudo isso, outrossim, é única e exclusivamente nossa, já que to-dos os problemas atuais do Brasil nada mais são que aquele (previsível!) fruto podre, conse-qüência direta, necessária e imediata da entrega que, açodadamente, se fez, deste País, a uma “liderança” (?) política de 8º Mundo (ainda que democraticamente eleita!), a partir de 1984.

Talvez seja porisso que, mesmo em Portugal, já não mais se conta “piada de brasileiro”:- é que não precisa; basta ler os jornais do dia, que trazem uma realidade muito mais hilária que qualquer anedota, por mais imaginativa que seja...
Em Suma:- O Brasil, “deserto de homens, de lideranças e de idéias sadias”, fica dessarte re-fém de suas próprias burrice, corrupção e incompetência geopolíticas, além de ficar “às traças”, entregue às mãos ineptas daquela liderança política que temos!!!. E o resto do mun-do, penhoradamente, nos escarnece, agradece, e festeja por isso!!!.

Já se foi aquele saudoso tempo em que qualquer poder estrangeiro precisaria ter ótimos exércitos para dominar o Brasil. Hoje isso fica entregue (e é feito com eficácia impar, e pacificamente), ao cargo de burocratas que trabalham para Organismos Internacio-nais que estão ao serviço dos interesses de países e empresas pertencentes àquele mesmo Pri-meiro Mundo, ao qual nunca lograremos chegar a pertencer.

Urge, portanto, que este País RETOME, para valer, o controle (patrimonial e político) de si mesmo.
Se isto vai, ou não, ver-se concretizado de forma, e por vias, pacíficas e institucionais, é uma questão que a evolução histórica, a curto prazo, concreta e inexoravelmente demonstrará.
Caso, porém, isto não venha a se concretizar, segue-se que este País logo deixará de existir, pelo menos enquanto entidade política real, tangível, autônoma, consistente consigo mesma e soberana (interna e externamente), correndo o Brasil, ainda, o risco iminente de vir a se transformar, a seguir, numa mera ficção institucional (jurídica e geopolítica), tal qual um enorme Lesotho, um Mand-chu-KWO, um Transkei, um Ciskei, uma Botswana ou Namíbia da vida...

No fundo, é tudo, portanto, uma questão de simples auto-estima (que, como sabemos, está em baixa!!!...), isto agravado por uma espúria “opção preferencial”, das elites, pela CORRUPÇÃO (esta última uma anti-ideologia, em si mesma!):- e que, como tal, atro-fia, embota e culmina por encolher e negar todas e quaisquer outras filosofias ou ideologias.
Lembrar, por derradeiro, que ideologias exóticas, só per se, NUNCA nos fizeram qualquer mal ponderável. Corrupção Sim!, inclusive porque esta última somente existe em sua versão prática, já que toda Corrupção mostra-se ser avessa e infensa a quaisquer fases ou avatares teóricos.

Nota da Redação:- O autor é cidadão (só deste País), universi-tário, eleitor e contribuinte. E é somente nesta condição que ele se manifesta neste Artigo.
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