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Ensaios-->ENSAIOS ASSÉPTICOS: DESPREZANDO A LUZ -- 16/09/2005 - 08:53 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



DESPREZANDO A LUZ



Escrevi neste espaço sobre o tema acima há alguns anos. E nada mudou. O Brasil continua menosprezando a capacidade humana e principalmente o que poderia ser o futuro do país: as crianças.
A mediocridade de nossos governantes continua alta e bem por isso a educação do povo é desprezada até com certa relevância por alguns deles.
É verdade que eles tiveram acesso à educação de maneira eficiente e altamente compensadora, porque evidentemente cursaram escolas particulares de bons níveis e bem pagas. Por isso falam bem. Possuem inteligência superior e conseguem galgar altos postos de comando. Na maioria dos casos através de desvios de conduta, ou flagrantemente usurpados.
Contudo, se assim são, em razão do padrão escolar elevado a que foram submetidos, não possuem suficiente educação moral capaz de passarem esse manancial ao povo sofrido deste país. Guardam assim o conhecimento só para eles. Praticam a filosofia bestial de que o povo deva ser feliz e ignorante. O fato é que escola particular ensina e educa cientificamente, mas não moralmente. É como o poço que mata a sede do viajante perdido, mas não indica o caminho certo a seguir.
Pelo fato do sofrimento dos profissionais de ensino da escola pública, já estar à beira de um colapso, e uma vez que o sofrimento cristianiza, é que vemos professorinhas proferindo em conjunto com a criançada o “Pai Nosso”. Coisa rara de se ver nas escolas particulares. Estes profissionais trabalham movidos que são pelo sacerdócio, pela vontade que possuem de ensinar e aprender. Levam uma existência de sacrifícios e abnegação com renuncias cruciantes, pelo simples fato de serem mau pagos. Ora, ninguém gosta de ser mau pago! Perguntem a uma prostituta se ela aprecia um péssimo pagamento! E na atual conjuntura elas ganham mais do que uma professora de indiscutível nobreza de caráter.
Fala-se em crise. Entretanto, pelo que sei e sou testemunha, o salário do professor vem decrescendo paulatinamente há mais de 40 anos. Se existe crise ela começou com a falta de prioridade para com a educação. Naturalmente as diversas gerações de crianças de 40 anos para cá, tornaram-se vítimas de um processo de deterioração do ensino cada vez mais. Graças, é claro, a inexplicável falta de investimentos no setor. A resultante de tudo isso é que os homens de hoje, pelo menos aparentemente, são mais ignorantes do que seus pais, que são mais ignorantes que os pais deles, nossos avós. Não conhecem leis. Ignoram seus direitos e se afundam no lamaçal dos vícios, os quais rondam a sociedade dia e noite. Só mesmo os verdadeiramente educados e bem educados é que têm força bastante para olharem os vícios com desdém. Infelizmente os ignorantes caem nas malhas fulminantes do álcool, das drogas, dos charlatões que pululam no país em virtude do despreparo para a vida. Isto porque ignorância gera pobreza que, conseqüentemente, gerará mais ignorância. É um círculo vicioso de difícil rompimento.
O homem ignorante de hoje está mais para a canga do que o envolvimento da luz. São os espertalhões que colocam esta canga no pescoço do homem com sua miserável ignorância. Ambos são ignorantes: o explorado e o explorador.
Só existe luz numa sala de aula. Só existe paz dentro dessa luz. Romper o círculo vicioso da ignorância é investir na educação. E só investe na educação o povo que der menor valor ao dinheiro. O povo, ou o governo que não investe na educação não tem educação. O Brasil e São Paulo caminham para isso porque continuam desprezando a luz do ensino às nossas crianças.

(publicado no jornal “Comércio do Jahu” nº 22698, de 05 de setembro de 1993, domingo)

Jeovah de Moura Nunes
poeta, escritor e jornalista



Prezados Leitores...

Abri meu baú velho de antigos textos publicados em jornais, simplesmente no intuito de mostrar a todos vocês, que nada mudou. Nada vai mudar. Nosso Brasil assumiu um compromisso com os rufiões da política e portanto, não interessa aos rufiões melhorias generalizadas. Só interessam as melhorias que favoreçam a eles mesmos e suas respectivas famílias. Quando escrevi o texto acima, um artigo, havia esperanças no ar. Hoje, estas esperanças se foram de roldão, porque a gente tem visto apenas o fracasso da moral da política e dos políticos. E vejam que a matéria acima tem seu nascimento datado de 05.09.1993.

Obrigado pelo carinho e
pela compreensão de vocês.

Jeovah
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