A vida é assim mesmo... É a vida !... Para mim, constituem duas expressões que lateralizam e omitem o efeito verídico. Pois... Foi Deus que criou a vida, ideia superior à própria vida e, por mais calamidades que o omnipotente consinta, aí, nunca é Ele, por que é divino.
Não é a vida que é assim mesmo... Nem é a vida, apre!... Nós é que somos assim mesmo... Somos nós, sim, que originamos o deveras mau que a vida comporta, quanto a mim, muito pior do que a morte.
Quando alguém afirma, em desabafo, 'É a vida', quer dizer exactamente 'São eles' ou 'Somos nós'.
Os anos vão decorrendo e o cérebro humano há-de chegar à insuportabilidade dos raciocínios predadores, o pensamento há-de atingir um nível colectivo tácito onde não seja possível a existência de mandões e de maníacos que se persuadem em superioridade aos outros. O máximo e o ínfimo terá de incontornavelmente equilibrar-se. Demorará mais um milénio, dois, três ? Demore o tempo que demorar o bem e o mal haverão de fundir-se em estado de razoabilidade plena. Aí, perante a má sorte das ocorrências integralmente naturais, a expressão correcta será então e enfim:
É a vida ou a vida é mesmo assim!... Mas, por enquanto e infelizmente, não.
António Torre da Guia |