Assim vou vendo-
Na sede ardente está o incêndio
Escondido no labirinto da noite
A embrenhar-se pelas quinas do papel
E seduzindo e se deixando seduzir
Incitando os verbos mais adequados
Para os versos do prazer de mel gostosos
E o delírio que o silêncio enfeitando quebra
São reflexos das cores que se misturam
Com a sonoridade de um estalado beijo
Ao mimoso orvalho que se anuncia
E dá luz e brilha e faz corar
Doce rubor que encanta por tão fino
O perceber o quanto é bom senti-lo
Companhia que me abrasa as linhas
Nas gotas que pelo chão escorrem
Suor em rimas do pecado em dobro...
Tu não sabes, mas ao poema dás o tom
Ao poeta deixas neste estado
E de encenares displicente e nua
Tudo queima ao redor, és a chama
E objeto dos sentidos teus
Assim vou sendo-