Voyeur
Quando ao sol reaparece o seu semblante
Era como serpente numa rocha, elástica
Cuja pele descama e reaparece com o brilho
E da altivez que ostenta soberana
Na maciez da sua idade mais feliz
É personagem mais profunda na verdade
Que estava alegre
E cheia de confiança e já entorpecida de ternura e simpatia
Faz que seja a paixão enfeitiçada da sua índole transbordando generosidade
E aquele sorriso iluminando mais e mais o seu semblante
Dentre um facho de luz como de um sonho vago
Conquista pouco a pouco quem a contempla
Boca de pompa grega louvada continuamente
Pela chama dos beijos inclementes
Bastantes ao êxtase do amor lascivo
Que parecia quase tocar a fraqueza
Com seu charme de indisfarçada simplicidade
Ao subir até às máximas alturas
Quando as divinas emoções maravilhadas
Tudo apagam em seu redor de traços fugidios
Confundindo e quebrando a força a que prende a ebulição
Desenrola-se na mais plena e completa certeza
Vindo de surpresa e precisamente
A transformar-se em puro instinto
Atingindo por golpes de martelo toda a inibição etérea
Ao mostrar toda a sua formosura
Tornando-se aérea como desmaia o dia
Tudo voltando às escuras enquanto só respira
Presa entre chama à solta
Alimentada por um olhar que espreita