ONDE
Elane Tomich
Onde estão os outros idos,
pedaços de tempo, perdidos,
cortados pela saudade?
Onde ficaram esquecidos,
meu sétimo e oitavo sentidos,
de esbanjar felicidade,
fartura e boa vontade,
em força de amor, convertidos?
Num ponto do caos, escondidos?
Onde é que foi corroído,
o altruísmo colorido
dos meus rituais de passagem?
Plantaram-se em peito em peito ferido
ou fizeram outra viagem,
na doce volta à esperança,
dos meus jogos de criança?
Um mundo só de meninos,
espera-me no futuro,
ou nem chegou ao passado,
levado ao léu do destino?
Se tenho o peito fechado,
preciso de um abre-caminho,
ou quem sabe de um carinho!
Será que existem muros
de pedra dentro de mim?
Obstáculos tão duros,
que impedem a fluência,
o germinal de outras metas,
dividindo a vida em retas
involuindo a existência,
princípio indicando fim?
Será que ainda vou ter
aquele olhar concedido
ao primeiro conhecido,
sem precisar ver prá crer,
guardando-o no peito comigo,
um novo antigo amigo?
Elane Tomich
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