A LÁGRIMA LOUCA
Elane Tomich
Uma lágrima parou
no meio do caminho,
vascilou
achou seu cantinho.
Secou
num xale de linho
evanesceu e morreu.
Outra, mais inquieta,
escorregou pela seta
quedou-se entre meus seios,
dormitando no entremeio
de um vale entre dois montes,
aguardando a tua fonte.
A fonte ue nasce em tua boca
e sorve a lágrima louca,
que mistura-se a outras águas,
águas de antigas mágoas,
águas de nova onda,
onde te espero na ronda
de nunca visto prazer,
bocas a percorrer
chão de textura sinuosa
em doce umidade gostosa.
E só tu vais saber
que, afinal,
a medida final
da explosão do prazer,
são dois suspiros teus
na mira de três beijos meus
e medirei tua alma
nas linhas da tua palma.
E, sem mais lero- lero,
paremos de dizer,
aqui...
em um beijo de bolero,
onde a dança do desejo
toma a forma do tua boca.
Viajo-me em em teu beijo
e, sorvo em ti ...
A minha lágrima louca!
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