Ei-la – Orquestra
Quebrando o silêncio da noite
Arrastada pelo ardor e para o amor
Como se é por um motor ou pelo remo
Súbito, seu desejo acomete-na bruscamente
Quando paixões deflagram penetrando-a toda
Toda a alma, todo o corpo, fanaticamente
Com o arrebatamento de quem se atira para nadar
Perdidamente, deixa-se levar como barco de papel
Mergulhando na emoção sem fim
Da qual é cativa naturalmente
De uma maneira irracional e simples
Quase sem o saber, agindo por instinto
Por tendência inata, como o fazem os animais
Alarmando gritos roucos que irrompem espessos
Tal a carne que fala, e berra, a animar-me
Miguel Eduardo Gonçalves |