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Artigos-->evidencias da colaboracao de trotsky -- 13/03/2012 - 15:23 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Evidências da Colaboração de Leon Trotsky com a Alemanha e o Japão(III)

Grover Furr



http://clogic.eserver.org/2009/Furr.pdf



Trad: Lúcio Jr





Por que não existe evidência alemã ou japonesa da colaboração de Trotsky?





A maioria dos teóricos da conspiração não entendem isso. Mas se houvesse realmente um enredo como os da CIA, nenhum documento existiria” (SHANE, 2009) 23.

Instruções sobre questões concretas relativas à organização e preparação para condições subterrâneas devem ser dadas apenas verbalmente. No mínimo, deve ter sido especificado que esses nomes e endereços deveriam ser dados estritamente por via oral. 24





No decorrer deste ensaio vamos mostrar que existe uma grande quantidade de evidências de colaboração de Trotsky com os alemães e japoneses a partir do lado soviético. Algumas mostram a colaboração da oposição soviética com os alemães e japoneses, incluindo alguns que até mesmo dizem ter trabalhado com Trotsky.

Além disso, temos uma prova importante de colaboração de membros da oposição soviética, incluindo alguns dos quais alegaram terem trabalhado com Trotsky. Mas nenhuma evidência de colaboração alemã ou japonesa com Trotsky foi descoberta fora da ex-URSS. Há uma série de possíveis explicações:

• Trotsky nunca colaborou com os alemães ou japoneses. Todas as evidências soviéticas são fabricadas. Se Trotsky colaborou existem as seguintes possibilidades:

• Muitos desses arquivos foram destruídos durante a guerra.

Ninguém parece ter pesquisado - pelo menos, não estamos cientes que ninguém tenha feito isso e particularmente nos trabalhos inéditos dos generais alemães supostamente envolvidos.

• Estes arquivos também poderiam ter sido "expurgados".

• Nunca houve uma prova desta colaboração que tenha sido arquivada pelos próprios colaboradores. Na verdade, informações conspiratórias deste tipo normalmente não são escritas. Sabemos que existem arquivos soviéticos foram removidos por Khuschev, e talvez pelos outros. Embora tenhamos tido experiência muito limitada de trabalhar com outros arquivos, sabemos de dois casos em que os materiais de arquivo "desapareceram". Além disso, a grande maioria dos arquivos soviéticos não estão abertos a pesquisadores. Dada a evidência de que descobriram nos documentos relativamente poucos arquivos que tenham sido publicados até à data faz com que seja provável que mais evidências implicando Trotsky podem estar contidas em arquivos que ainda não estão classificados. Mais adiante neste ensaio discutiremos brevemente o "expurgo" do arquivo Trotsky em Harvard, subtraindo materiais incriminatórios.

Nos países em que esses arquivos ainda existem, é normal manter arquivos secretos de inteligência indefinidamente. Este é certamente o caso nos EUA. Sugerimos que é lógico suspeitar que a mesma coisa existe no caso do Japão e da Alemanha.

Há uma grande quantidade de evidências de que os comandantes militares, liderados pelo marechal Mikhail Tukhachevsky, de fato, colaboraram com o Estado-Maior Geral alemão. Mas nós temos apenas a confirmação indireta disso nos arquivos alemães, e um pouco mais confirmação direta em um documento do arquivo Tcheco.

Ao discutir sua espionagem para a Alemanha vários réus soviéticos disseram que tinham lidado diretamente com o general alemão Kurt von Hammerstein-Equord. O boato, pelo menos, desta colaboração, evidentemente, sobreviveu na família Hammerstein. Até agora não é de nosso conhecimento que nenhum registro escrito de que a colaboração existiu, até porque parece que ninguém realmente pesquisou isso. 25 Além disso, ninguém jamais realizou o levantamento dos papéis sobreviventes dos generais alemães supostamente envolvidos.

Mas a ausência de evidência é apenas "evidência de ausência", quando provas estão de fato estar presentes. Acreditamos que a razão mais provável é que simplesmente ninguém deve esperar que evidências de uma conspiração estejam documentadas em qualquer lugar, muito menos em arquivos. As exigências de sigilo e de segurança exigem que essas informações sejam trocadas apenas de boca em boca.

A falta de material arquivado ou de qualquer prova documental do sucesso da conspiração contra Lavrentii Beria já foi citado. Essa conspiração deve ter envolvido, pelo menos, meia dúzia de homens. Relatos da mesma pelos seus participantes não concordam em detalhes, exceto no seguinte: foi tudo planejado e executado através da comunicação oral.

Não há menção de qualquer comunicação escrita. O que existe nos arquivos é o esboço de um discurso a ser entregue por Malenkov na reunião do Presidium (Comitê Central) em 26 de junho de 1953. Foi nessa reunião, nós sabemos, que Beria foi preso ou possivelmente até mesmo morto. Malenkov fez o discurso provavelmente para disfarçar o que ocorreu. Ainda vale notar que o material arquivado por Malenkov contém apenas um esboço de seu discurso, segundo a qual Beria seria removido para a chefia MVD (Ministério da Administração Interna, incluindo a força policial interna) e seria Ministro do Petróleo e Indústria.26



A alegada falta de provas soviéticas



Como Sven-Eric Holmström discute e como nós também devemos discutir mais detalhadamente a seguir, os arquivos Trotsky em Harvard foram expurgados de provas que colocassem em risco sua reputação. Os materiais removidos incluíam, pelo menos, indícios adicionais sobre a existência do "bloco dos direitistas e trotskistas" e correspondência de Trotsky com apoiadores dentro da URSS.

O falecido Pierre Broué, um dos estudiosos do mundo sobre o trotsquismo e uma pessoa que gozava de respeito generalizado dos estudiosos anticomunistas, concluiu que estas evidências significavam pouco, uma vez que só se demonstrou a existência de um bloco em 1932. Broué supõe que, porque existe a única prova que não foi com sucesso eliminada do arquivo, passou a ser em 1932 a única vez em que o "bloco" existiu. Isto é, Broué assume que o bloco surgiu a partir de 1932, embora no arquivo não existam provas da existência posterior desse grupo.

Broué ignora o fato de que o arquivo foi expurgado. Não é válido supor, como Broué fez, que o "bloco" só existia em 1932, porque a única evidência que temos para a sua existência é a partir de 1932. Havia aqueles documentos que foram "expurgados" do arquivo Trotsky e, aliás, se quem expurgou tivesse feito um trabalho ainda mais exaustivo, não existiria sequer essa evidência. Mas isso de modo algum implica que não exista nenhuma evidência de que o "bloco" nunca existiu. Muito menos seria dizer que não "bloco" cada vez existia depois de 1932. "A falta de provas" - neste caso, da existência do bloco após 1932 - "não é evidência de ausência" - que nunca existiu tal evidência ou nunca existiu.

Se aqueles documentos foram "expurgados" do arquivo Trotsky em Harvard, com certeza o expurgo teria sido mais completo, acaso também aquele que tirou os documentos incriminatórios tivesse levado os recibos de carta registrada das cartas de Trotsky para os oposicionistas na URSS e de Trotsky escrevendo para Van Heijenoort sobre o "Bloco de Direitistas e Trotskistas." Então o que seria de nós agora? Teríamos como na era Gorbachev -- uma "reabilitação" do documento negando que alguma vez houve um tal "bloco" e negação firme de Trotsky de que jamais houve um tal "bloco." Além disso, teríamos a insistência do procurador Soviético, Vyshinsky, e as confissões de uma série de réus do julgamento de Moscou, de que havia de fato tal "bloco."

Assim sendo, uma descoberta de Arch Getty no arquivo Trotsky completa o testemunho do julgamento dos acusados de Moscou. É prova de que eles não mentem, pois nos poucos casos em que podemos obter provas independentes - como aqui - a evidência apóia as confissões dos réus no julgamento. Do mesmo modo, confirma as declarações de quem acusa - isto é, de "Stalin", na linguagem redutora de escritores anticomunistas. Assim, o depoimento dos acusados no Julgamento e o procurador soviético sobre o "bloco", assim como a respeito de parte da correspondência de Trotsky acaba sendo confirmando enquanto sincero, enquanto testemunho de Trotsky e o do governo soviético no tempo de Gorbachev -- era falso. Esta não é uma evidência direta de qualquer colaboração de Trotsky com a Alemanha ou o Japão.

No entanto, tal acusação é consistente com tais alegações, uma vez que confirma o depoimento de testemunhas em um assunto relacionado. Trotsky negou colaborar com os representantes do Eixo, assim como ele negou a existência do "bloco" e o contato com seus partidários na União Soviética. Portanto, a falta de provas de qualquer contato com o eixo no arquivo de Trotsky não é prova de que tal evidência nunca esteve lá.

Nós temos pouca evidência não-soviética dessa colaboração, mas há pelo menos uma. Em fevereiro de 1937 o ministro japonês da Guerra, General Hajime Sugiyama, teria revelado em uma reunião que o Japão estava em contato com oposicionistas dentro da URSS, oposicionistas estes que estavam fornecendo informações às forças japonesas de espionagem e inteligência.27

Outros exemplos de evidências não-soviéticas atestam a existência real das conspirações alegadas pelo governo de Stalin. Há o "telegrama Arao", comentado em pelo menos em 1962-63, embora não tenha mais sido falado desde então. Temos o testemunho direto do embaixador alemão na Tchecoslováquia, dizendo que Hitler sabia que militares de alta patente figuras na URSS estavam preparando um golpe de Estado. Este documento, nos arquivos nacionais da República Tcheca, foi descoberto somente em 1987. Este documento é confirmado por correspondência encontrada em arquivos alemães capturados e foi divulgado em 1974, mas não reconhecido até 1.988 28. O funcionário da NKVD Genrikh S. Liushkov desertou para o lado dos japoneses em 13 de junho 1938. Numa conferência de imprensa elaborada pelos japoneses, ele alegou que as supostas conspirações na URSS foram falsificadas. Mas, em particular, Liushkov disse que os japoneses estavam convencidos de que aconteceram conspirações reais, incluindo a conspiração militar. Ele também confirmou que os conspiradores existiam e que estavam ligados com o grupo de Tukhachevsky através de Gamarnik. Liushkov confirmou que os conspiradores queriam unir forças aos japoneses para infligir uma derrota às forças armadas soviéticas, e que alguns deles tinham conspirando diretamente com os militares japoneses (Coox).

Portanto, apesar das frequentes alegações em contrário, existem evidências de que as conspirações anti-soviéticas que não poderiam ter sido fabricadas pelos soviéticos. No entanto, mesmo que não existam provas não-soviéticas de colaboração entre oposicionistas soviéticos e representantes do Eixo, isso não significaria que nenhuma prova existiu. Também não significaria que nenhuma colaboração ocorreu, assim como tal colaboração poderia bem não deixar qualquer evidência.



Evidência Soviética



Nenhum pesquisador hoje, não importa o quão anti-soviético ele seja, descarta evidências soviéticas apenas porque têm essa origem. Evidências de arquivos soviéticos são rotineiramente consideradas válidas. Por exemplo, mais adiante neste ensaio examinamos o testemunho do predecessor imediato de Nikolai Yezhov como chefe da NKVD, Genrikh Yagoda, e réu no julgamento de Moscou de 1938, mostrando que o depoimento é citado sem problemas como verdadeiro por muitos dos estudiosos extremamente anticomunistas. Vamos examinar o testemunho de Yagoda abaixo. Inclui depoimentos sobre Trotsky.

Os autores têm publicado e analisado primeiro uma confissão de Bukharin de 2 de junho, 1937. Este documento ainda é ultrassecreto na Rússia. Nele Bukharin implica diretamente Trotsky.



As citações longas



Grande parte do texto deste artigo consiste em citações diretas de fontes primárias. Entendemos que isso aumenta muito o tamanho do artigo e não faz nada para melhorar a sua legibilidade.

Em um artigo como este, no entanto, não podemos redigir sem essas citações. As fontes primárias constituem a base científica para a análise e conclusões. Algumas citações são de fontes que são muito difíceis de obter, como as versões em inglês das transcrições do Julgamento de Moscou. Alguns deles são documentos indisponíveis em inglês. A carta do Marechal Budennyi para o Marechal Voroshilov é um documento presente em arquivo que nunca foi publicado em qualquer língua e seu conteúdo é totalmente novo do mundo acadêmico.

Na era da Internet não há nenhuma razão para que qualquer estudioso deve sempre citar arquivos ou de difícil obtenção de materiais sem torná-los disponíveis para o leitor. Nós poderíamos ter colocado as citações das fontes primárias em um arquivo separado e inserido hiperlinques quando apropriado, e isso foi pensado. Fazê-lo, porém, forçaria o leitor a ignorar as evidências e clicar ou deixar para trás o documento e sua análise. Temíamos que tal procedimento seria uma distração para um leitor atento e assim decidimos contra ela, uma decisão a respeito da qual os editores da revista Cultural Logic estiveram de acordo.

Instamos o leitor a examinar cuidadosamente as citações de fontes primárias. Como qualquer obra de erudição este artigo está em pé ou cai sobre as provas e sua análise.





Um breve resumo das evidências



Nosso objetivo neste artigo é citar e analisar todas as provas que diretamente tecem laços da colaboração de Trotsky com a Alemanha ou o Japão. Seguimos cada citação de provas com uma análise dessa evidência. Nenhuma evidência é deixada para "falar por si", já que todas as evidências podem ser interpretadas de várias maneiras. Temos também lutado para citar e estudar evidências contextuais e comprobatórias, como toda a análise de provas exige. Não se pode dizer que não há nenhuma "arma fumegante", nenhuma evidência absoluta que não possa ser contestada. Com exceção dos depoimentos das testemunhas oculares, todas as provas que citamos são circunstanciais.

O que dá ao complexo de evidências existentes seu poder é que são mutuamente comprobatórias, e assim se reforçam, em seu caráter, assim como fica reforçada a grande quantidade do mesmo, assim como o fato de que se trata de diferentes fontes.

Estritamente falando, as evidências de uma testemunha ocular não são circunstanciais da mesma maneira como outras provas. Damos especial atenção ao testemunho daqueles que afirmam que foram informados pelo próprio Trotsky de seus laços com o Japão e a Alemanha. Este testemunho é mutuamente comprobatório também. Aqui examinamos até que ponto a credibilidade das testemunhas oculares podem ser verificadas através do cruzamento de algumas das afirmações que elas trazem com outras evidências à nossa disposição.

Por definição, não se pode provar uma negativa. Além de negações verbais pode não existir nenhuma evidência de que Trotsky colaborou com os alemães ou japoneses. Portanto, qualquer investigação deve procurar evidências de que ele colaborou. Fizemos um grande esforço para encontrar evidências circunstanciais comprobatórias, ou material que suporte a hipótese contrária: a de que as confissões de todas essas pessoas, nos Julgamentos de Moscou ou em caso contrário, eram "fabricados" e falsos. Isso impugna a evidência de que Trotsky colaborou, e assim como representa uma evidência "negativa". Mas temos tido sucesso. Nós nos sentimos confiantes em dizer que, neste ponto, pelo menos, nenhuma prova foi descoberta.

Dada a situação de prova objetiva, a conclusão deve ser que Trotsky colaborou com os alemães e japoneses. Se prova em contrário vir à tona no futuro, estamos prontos para analisar e, se necessário, alterar essa conclusão.



Trotsky mentiu



A introdução ao Relatório da Comissão Dewey, que foi convocada em 1937 para examinar as acusações contra Trotsky, afirma: se Leon Trotsky é culpado dos atos com os quais ele é cobrado, e não existir condenação, isso é muito grave.

Trotsky negou trabalhar com a Alemanha ou o Japão, como cobrado nos 1937 e 1938 nos Julgamentos de Moscou por vários dos réus. Mas agora sabemos que ele mentiu, para falar de maneira amigável, para a Comissão Dewey a respeito de outros assuntos menos sérios. Com base em sua pesquisa na biblioteca Houghton de Harvard, J. Arch Getty apontou em 1986 que Trotsky tinha entrado em contato por escrito com seus seguidores na URSS, ao menos em 1932.

No momento dos Julgamentos de Moscou, Trotsky negou que ele tivesse tido qualquer comunicação com os réus desde seu exílio em 1929. No entanto, agora está claro que, em 1932, ele enviou cartas pessoais secretas aos ex-líderes oposicionistas Karl Radek, Nikov G. Sokol, E. Preobrazhensky e outros. Enquanto o conteúdo de essas cartas é desconhecido, parece razoável acreditar que se tratava de uma tentativa de persuadir os destinatários a retornar à oposição.29

Getty passou um outro detalhe para o contato de Trotsky, uma comunicação clandestina com E.S. Gol`tsman, um ex-trotskista e oficial soviético atual, documentada nos mesmos papéis. Ou o próprio Trotsky ou um de seus secretários tomaram algumas dores para ocultar estes conexões. Sobre as cartas pessoais de Getty, ele escreveu:



Ao contrário de praticamente todas as cartas de Trotsky (incluindo até mesmo as mais sensíveis) não existem cópias desses documentos que tenham permanecido nos Documentos de Trotsky. Parece provável que eles tenham sido removidos do arquivo em algum momento. Apenas os recibos de carta registrada permanecem. No seu julgamento de 1937, Karl Radek testemunhou que ele havia recebido uma carta de Trotsky contendo "instruções terroristas", mas não sabemos se esta foi a carta em questão.30



O notável estudioso trotsquista francês Pierre Broué, que também estudou esses papéis e reconheceu mentiras de Trotsky, é melhor explicá-los como acusações “stalinistas” e negar qualquer plausibilidade aos Julgamentos de Moscou, assim como para proteger os maiores apoiadores de Trotsky ainda não descobertos na URSS.31 Do ponto de vista de Trotsky, isso faria todo sentido. Por que dar munição adicional Stalin em sua guerra com ele?

Mas para o historiador, isso significa que a negação de Trotsky, não só da existência do bloco, mas de qualquer acusação, não pode ser simplesmente tomada pelo seu valor nominal. Getty como apontou em outra passagem: o ponto aqui é que Trotsky mentiu e tinha bons motivos para mentir. Mas o que ele disse não era verdade. Não era "objetivo". Como os stalinistas, Trotsky foi da pragmática e utilitária escola bolchevique de colocar as necessidades do movimento acima da verdade objetiva.32

Citamos isso não para "culpar" Trotsky por mentir. Dizer falsidades é uma tática essencial da atividade clandestina. Exigir que atores políticos digam a verdade em questões que envolvem vida ou morte, fora de alguma lealdade abstrata para um código de conduta idealista, seria meramente hipocrisia.

Em vez disso, o fato de que Trotsky mentiu - provavelmente neste caso, e provavelmente em outros casos onde não podemos prová-lo – deveria servir simplesmente para nos lembrar que devemos colocar de lado quaisquer negações por parte de Trotsky, ou de qualquer oposicionista.

É de se esperar que as pessoas vão mentir quando necessário para desviar a punição ou a culpa de si mesmos. Ninguém presta muita atenção à negação de culpa por parte das pessoas suspeitas de um crime. Em muitos países, uma pessoa acusada tem o direito de mentir em sua própria defesa, embora, naturalmente, em seu próprio perigo também. Para qualquer investigador e para qualquer historiador, uma confissão de culpa do acusado é muito mais significativa do que uma reivindicação de inocência. Sendo assim, a declaração de Trotsky de inocência significa muito pouco em si mesma.

No entanto, Trotsky nunca confessou. Ele mentiu, e fugiu de contar a verdade, pelo menos na medida em que os membros da Comissão Dewey e sua audiência estavam preocupados.

Acreditamos que, tendo evidências, podemos validamente concluir que Trotsky mentiu sobre isso e muito mais. Especificamente, acreditamos que a evidência mostra que Trotsky era culpado como foi cobrado nos Julgamentos de Moscou - que ele realmente conspirou com Japão e Alemanha. Se ele fez isso - e nós acreditamos que as evidências apontam esmagadoramente nesse sentido - não é de admirar que ele mentiu ao negar isso. Manter em segredo uma tal coisa teria sido um dos elementares sine qua non de tal conspiração. A Alemanha e os participantes japoneses, se perguntados sobre isso, também teriam negado. Ao mentir, eles teriam tinha certeza de que eles estavam sendo fiéis a seus países e seus juramentos militares.

Na introdução ao Relatório da Comissão Dewey, que foi convocado em 1937 para examinar as acusações contra Trotsky, afirma-se: se Leon Trotsky é culpado dos atos dos quais ele é cobrado, não existir condenação é algo grave.

Nossos artigos sobre estes temas estão aguardando publicação na Rússia, mas a existência destes documentos há muito tem sido reconhecida pelos estudiosos ocidentais e russos.























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