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Ensaios-->ATEUS E AGNÓSTICOS -- 15/05/2005 - 21:09 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ateus e Agnósticos
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Por incrível que pareça, e apesar das evidências, ainda tem gente que não acredita em Deus. A trajetória do idealismo dos homens, desde Descartes até Marx, foi a caminhada do homem rumo à auto-suficiência e ao excesso de confiança no poder ilimitado da sua razão.

Chegaram, – e não faz muito tempo -,ao absurdo de achar que ele, o homem, era o próprio Deus. Que tudo podia. Inclusive rejeitar qualquer limite que lhe fosse imposto.

Mas o aprofundamento deste assunto fica para uma próxima conversa. Por enquanto, vamos dar asas à imaginação e partir do pressuposto de que Deus não existe. E, sendo assim, uma vez comprovada a sua falta, como seria o mundo sem Ele?

A primeira constatação que me vem à mente é a de que, na hipótese impensável de que Deus não existe, o mundo, para muita gente, não seria muito diferente do que é hoje.

A mentira, por exemplo, seria considerada fato normal, corriqueiro, e até, sob certos aspectos, elogiada. Motivo de admiração, inclusive, por se tratar de artifício utilizado por pessoas sagazes, espertas, astutas, que, valendo-se desse “artifício”, conseguem atingir seus objetivos, de forma rápida e sem muito esforço adicional.

Seriam, portanto, pessoas invejadas. Admiradas por sua astúcia. Bastaria, para tanto, que fossem exímios mentirosos. Se não se tem a quem temer, nem a quem prestar contas no futuro, por que não usar da mentira para conseguir, por exemplo, bons resultados na política?

É verdade. Desse modo, próximos às eleições, nós teríamos um festival de mentiras, das mais inimagináveis até as mais rotineiras. Isto é, das mentiras muito bem arquitetadas, até aquelas mentiras duvidosas, sem qualidade técnica. De pouca valia.

Mentiras ditas por políticos com pouca habilidade na arte de mentir. Esse políticos teriam, evidentemente, poucas chances de serem eleitos. Mas, ainda assim, chegariam lá. Claro que em menor quantidade do que os campeões, do que os verdadeiros profissionais da mentira com M maiúsculo.

Estes sempre estariam ocupando posições de destaque. No governo, na sociedade organizada e até na organização do crime.

Verdadeiros profissionais, que chegariam a perfeição de chorar em público, dizendo-se vítimas de perseguições políticas. E o povo acreditaria neles. E eles falariam, apenas, que não têm nada a ver com as denúncias; nem possuem contas em paraísos fiscais; nem com os inúmeros processos que correm na Justiça contra eles.

E a Justiça, por sua vez, sem as provas suficientes, não conseguiria prendê-los. E eles continuariam soltos. E a população, diante da evidência dos fatos, não teria outra saída: começaria a achar que as mentiras são verdadeiras. E que os mentirosos têm razão. Pois o tempo passa, as evidências se acumulam, e ninguém vai preso. E mentira acaba vencendo pelo cansaço.

Por outro lado, os candidatos que ousassem, por qualquer motivo, falar a verdade, seriam tachados de mentirosos, populistas e metidos a inovadores. Os eleitores, nesses casos, acabariam por desconfiar dessa minoria de políticos que, até mesmo por desencanto, ou ideologia própria, pretendiam impor à verdade aos seus discursos. Seriam considerados políticos totalmente incapacitados para mentir e enganar os eleitores. E, por isso, nunca seriam eleitos. Ou quase nunca.

E os presidentes? Ficariam bem à vontade. Poderiam dizer, por exemplo, que gostariam de dar um aumento maior para o salário mínimo, mas que se isso fosse possível, a previdência iria à falência. Ou então teriam que aumentar os impostos para garantir um aumento maior nos salários.

Outra vantagem: se Deus não existisse, a população entenderia melhor o fato de o governo dizer sempre que o desemprego é um fenômeno global. E, por isso, precisa ser aceito pela população. Que não estaria preparada para os novos desafios da tecnologia de ponta. Como se na construção civil, os muros ainda não fossem levantados por pedreiros de mão calejadas; como se o tijolo e o cimento não fossem do mesmo jeito de séculos atrás.

Aliás, sob a ótica do governo, não existe desemprego. Emprego até que tem muito. O problema é que as pessoas não estão preparadas para assumi-los. Faltam-lhes estudo e conhecimento adequado às novas funções que surgiram com a globalização. Por isso o governo anda treinando todo o mundo. Isso não passa de uma grande mentira.

Mentira? E daí? Não é pecado. Acredita quem quiser.

Sem Deus para atrapalhar, dá até para entender as pesquisas eleitorais. Um sobe e desce normal. Vário cenários são apresentados. E ninguém acredita nas pesquisas. Até porque nunca ninguém viu algum conhecido seu dizer que teria sido consultado por qualquer desses institutos de pesquisas. Claro! Era tudo mentira! Esta é a grande verdade!

E a violência? Seria uma grande mentira? E a fome? E as guerras? O terrorismo? O contrabando de armas? O tráfico de entorpecentes? Seriam verdades? Se são verdades, Deus existiria? Mas Deus não poderia compactuar com tanta miséria! Então Deus não existe mesmo? Deus seria uma grande mentira? Não. Na verdade, Deus existe. Sempre existiu. Apenas não está presente no coração daqueles que praticam a violência. Todo tipo de violência. Todo tipo de mentira. Essa é a grande e única verdade.

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