A fornalha do amor é o coração humano. Às vezes, apagado e sem vibração, remanesce, frio, cheio de cinzas e não tem sentido. Como uma lareira abrigada numa casa tropical. Bate por costume. Sem saber por que. Inconscientemente. Não ama? Insensível? Não. Ou talvez. Porque ninguém sentiu frio em sua presença para encandear-se em seu calor. O instrumento para vibrar precisa de dedos que lhe acariciem a languidez das cordas. Só assim elas acordam e vibram, ressuscitando do torpor quase insensível. Vibram sonoras e vivas a ponto de locupletar o ambiente com acordes e melodias de incendiar almas e corações.
Então, não há mais cinzas. Nem frio, Nem languidez. O fogo aquesce. A vibração da luz clareia. A melodia contagia. E os corpos vibram. Abraçam-se. Envolvem-se. E na vibração do calor e da música evoluem em dança uniforme e compassada. E o coração bate consciente. Consoante. No compasso da música. No ritmo do amor. Sem cinzas. Mas com chamas. Que vibram. Crescem. E parecem não querer apagar-se. A não ser depois do uníssono coral das vozes amantes a se afogarem no orgasmo dos sentidos. Evocados ao ritmo do amor.É o ápice de tudo que se espera. Sentimento. Envolvimento. Consentimento. Paixão. Vibração. Relaxamento. Será o amor? Adeus.