Quando se tenta quantificar, qualificar ou reduzir um mistério a regras e fórmulas rígidas, o mistério desaparece. Um mistério deve ser vivenciado por dentro do ser, pela sua essência e não pode ter uma mesma cor ou tonalidade para qualquer pessoa. O mistério não se impõe, não se dogmatiza, antes, vive-se de forma livre ao sabor do espírito. Portanto, quando Felipe diz em seu Evangelho apócrifo que o Senhor fez tudo em mistério, como alguém pode querer explicar e catalogar esses mistérios, obrigando o povo a vivenciar de uma forma igual o que não entendem e só aceitam por fé ou medo? Se o que se busca é ajudar o ser humano em sua caminhada, em sua evolução espiritual, há que se facilitar a busca da compreensão dos mistérios da vida usando-se os óculos particulares de cada um. Sem o autoconhecimento, isso é impossível. Assim, o uso de mitos e arquétipos individuais e coletivos é essencial para uma religião mais purificada, mais próxima do divino, do verdadeiro “religare”, onde o mistério do ser humano passa a ser o mesmo do divino, já que, também segundo Felipe, o Mestre disse: “Eu vim para fazer as coisas de baixo iguais as de cima”. Portanto, descubra-se mais hoje, agora, neste instante. Busque conhecer-se mais e você estará mais perto do divino. Inspire-se em alguns textos ou belas canções, medite por algum tempo e espere por algumas pistas trazidas nos sonhos que, eventualmente, revelam alguns dos mistérios da alma. E como o Senhor fez tudo em mistério... Boa noite! |