Vinho e Pão
Tinha em minha frente o pão
ao lado a observar-me, o vinho
longe de ser o pão dos deuses,
longe de ser "o vinho!"
- “ora!” Então resmunguei baixinho,
- “pão dormido!”.
- “vinho azedo!”.
Um tranco trouxe-me as voltas
com a áfrica, o mundo, a fome, o frio,
Fome..., Fome..., Fome...
ecoou-me pela cabeça.
É choro, é angustia, esmoreci.
súbito sou atirado no sórdido mundo
da miséria e caminho por entre a
plebe catarrenta, barriguda e chorosa.;
Criança, jovem, adulto,
maculados pelo meu egoísmo.
A introspecção arrefeceu-me a alma,
lívido retomo a consciência!
A mesa singela, humilde.
o pão se amacia e cresce.
-o coração se afermenta,
já pensa em dividir
seu aroma enobrece o
lar e apazigua a bulimia
que corrompia a alma,
o vinho aquece e acalma o espirito...,
tem a benção de seu criador!
Lava a alma!
fugi de mim próprio no espelho,
senti-me torpe de meu próprio egoísmo
uma lagrima banhou
o meu rosto abrasado,
Murmurei baixinho um agradecimento
bebi sequioso do mais puro vinho!
comi em silêncio do mais Santo pão!
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