Tão compenetradas estas nesta tua hora que a tua boca fria nem busca o meu beijo, as tuas mãos neutras não aguçam vida, muito embora eu sinta em teus olhos o desejo.
Acovardo o meu corpo, quando o teu verbo me nega. E meio que pelo respeito me distancio do espaço.Volto pro quarto e espero que aquela mulher, entre livros e bandeiras me acorde no meio do nada e me rabisque homem.
Descobrindo de minhas intimas necessidades a força que transforma a profana, na luz, que envolverá a cama, em fogo sem maldades, revolvendo o nosso amor, nosso amor, desse marasmo.
Desmanchando esse mundo urbano, que faz de um simples segundo uma eternidade.
Vou esperar aqui calado, que as tuas mãos desperte o meu sangue, que essa tua tara, expressa e arguta, em corpo, em boca me coma.
Quando o teu vulto assumir a matéria no escuro das luzes apagadas,quando as tuas unhas felinas me caçarem a pele, surgirei do nada e te arrancarei gemidos. Te farei penar na dor seca da procura do desejo provocado, querendo se realizar.
Te farei gritar sem palavras sociais.Te farei o que tu me trás.
Quando a noite acabar nem saberás do rumo, da porta que a luz da manhã lá fora vive e nos esperar fazê-la em sentido. |