clic"ali,oh:=>>>Sofrimentos repetentes
A identificação
—passar a ser o sofrer—
impede sua ação,
não deixa o dissolver.
Há mulheres conscientes
o bastante pra não sê-lo.
Pessoalmente cientes,
enfrentam outro novelo:
é um sofrer coletivo,
ao qual ainda se prendem,
parece passado vivo
de coisas que lhes ofendem,
"que os homens lhes fizeram";
aos princípios femininos
o maior desprezo deram
violentos masculinos.
Se jogarem o sentido
do eu interior nisso,
curtindo o já sofrido,
firmam um mau compromisso:
vão se identificar
com o seu "passado vivo",
vítimas, pra suportar
sofrimento coletivo.
A mulher que continua
com ressentimentos, ira,
com condenações de rua,
cava sua própria bira,
rodopia, qual pião,
pelo fio do sofrer,
em nome da união
do que "tem" a defender.
Continuando escrava
de um passado, bloqueia
o que, antes, acessava,
o que a tudo permeia.
Dos homens se afastando
as mulheres favorecem
um sentido: separando,
seus velhos egos fortalecem.
O ego, quanto mais forte,
mais distancia você
da natureza consorte,
que dissolve o sofrer.
Não use o sofrimento
pra criar identidade.
Use-o pra movimento
de luz, pra serenidade.
Transforme-o em essência,
na menstruação ou não,
com a sua consciência,
pra ter iluminação.
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