Não havia passos largos na porta.
Ela então ficou estática, chorando, colada ao chão.
O gosto, o cheiro e a lembrança fizeram com que os passos de sua imaginação fossem a verdade camuflada.
Nunca houve passos largos.
Ela fingiu viver deles.
Ela não criou o mundo, fez dele sua morada porque ainda havia esperança.
E lá ficou, colada ao chão. Estática.
Sempre sem entender que os tais passos eram o amor.
O amor que ela não soube amar.
Aquele em que do chão não saiu.
Os passos largos eram o encontro.
Os passos largos eram, na verdade, o desgosto.
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