Logo, logo, o dia estará do tamanho da noite. O excessivo calor tão reclamado recentemente parece já estar indo embora, dando lugar às águas de março. Aproxima-se a entrada do outono no hemisfério sul, o famoso e mágico Equinócio de Outono. Para os antigos, uma época especial. Para os ocidentais racionais, ligados exclusivamente à tecnologia, um nada, um zero à esquerda. Para esses, a pergunta sonsa: equi o que??? Não percebem que rituais valem muito mais nesta época e que tudo se passa como se os céus pudessem responder mais rapidamente aos anseios mais profundos dos humanos. Para os magos, os sensitivos, os xamãs, os espiritualistas, é nesta fase do ciclo terrestre que um gap se abre entre as dimensões, os portais dimensionais se afrouxam, se alguém preferir dizer. Só não abre para quem insiste que não há várias dimensões no universo, muito menos portais. Apesar disso, das dificuldades de cada um, todos são chamados a se abrir, olhar para o alto. Não exatamente para o alto dos céus, das nuvens e das montanhas, mas para o alto do espírito, o alto de dentro, o muito profundo. Você vai à igreja e acha que isso não tem a ver com sua religião ou está contra os preceitos de sua crença? Só se você quiser. Se optar por isso, de fato é assim, fica sendo. Se não, não. Esse Deus, de dentro e de fora, é que chama nessas horas. Chama, convoca, convida. Aquele Deus, poder de transformação, que vai muito além dos jardins, dos catecismos. Aquele que realmente cura o incurável. O Deus que fala muito mais alto que os preceitos que prendem e limitam, dizendo o que pode e o que não pode ser feito. É nessas horas é que fala o Deus que cura além dos templos, com um olhar, um toque, um copo d’água, uma saliva, uma palavra, um afago. Como experimentar isso agora? Se você quiser, está tudo aí à disposição. E sabe o que mais? O cosmos lhe oferece gratuitamente. Mude de óculos enquanto é tempo. Como diz a Shirley, dance enquanto é tempo. E para quem quer, sempre há tempo. A chance está, pois, de volta. Take it! O Equinócio de Outono se aproxima e já tocam as trombetas interiores, anunciando sua chegada silenciosa. Dance! Faça a festa, mas não aquela festa exterior que não satisfaz a não ser no momento da bagunça, da cachaça ou da cópula animalesca. Falo da festa interior que só o espírito conhece, aquela que não precisa de carro de som que estoura os decibéis permitidos, nem de divulgação no plim-plim. Se você é aluno, é tempo de festa magna. Procure os pássaros do seu bando. Vista-se, pois, de aprendiz. Se você é professor, mais ainda. Desça de seu pedestal, jogue fora seu orgulho inútil que só aferrolha a fechadura dos portais citados. Desça para subir, abra-se para crescer. É época de cura, de transformação, de mudança radical, de transcendência, de evolução. Equinócios são épocas de saltos quânticos, sabia? Ligue-se à sabedoria dos ancestrais e danem-se as aparências de idiota à qual você jurou cega obediência. E se alguém lhe interpelar, don’t worry, be happy!
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