Que haja muita jactância
Considera-se normal
Mas em vício formal
A tríade da ignorância
Da mesquinhez... Da ganância
É enorme anomalia
De que sofre a sacristia
Da Usina... Incapaz
De nomear satanás
António Torre da Guia
Eu até agradecia
Que fosse total o voto
Do hipócrita devoto
Que reza na estrebaria
E enfim desejaria
Suprimir o grandioso
Dono perpétuo e famoso
Do fogareiro eterno
Que é no céu ou no inferno
Vice-juiz poderoso.
Como ficava vaidoso
De fazer uma carrada
Dessa gentinha danada
Mordida por cão raivoso
E de manhoso em manhoso
No supremo tribunal
Do espaço sideral
Ouvir Deus chamar: - António
Como és tu o Demónio
Dá a sentença final
Senhor... Sou consensual
E tenho o inferno cheio
Não tendo forma nem meio
De queimar tanto animal...
Por isso... Rogo total
Da Vossa benevolência
Paciente clemência
Para os mexeriqueiros
Que vivem como rafeiros
Sem nesga de inteligência.
De futuro à indigência
Quem provoca e faz a guerra
Terá de andar na terra
Em contínua petinência
Até que prove inocência
Porque afinal vivendo
Na pele vão padecendo
A maldade em chão amargo
Pagando assim bem pago
O que à vida estão devendo !...